Ataque fere 16 crianças em meio a nova tentativa de paz no Afeganistão

Ofensiva em Kunar marca retomada do conflito após mais um fracasso nas negociações de paz entre Cabul e Taleban

Um ataque com foguete feriu 16 crianças em Kunar, no leste do Afeganistão, nesta segunda (26). A ofensiva é mais uma manifestação da retomada do conflito no país após a mais recente tentativa falha de negociação pela paz entre o governo afegão em Cabul e o Taleban.

Informações da emissora turca TRT apontam que o foguete atingiu o complexo do governador da província durante uma cerimônia religiosa. As crianças estavam em uma competição de recitação do Alcorão e diversas estão em estado grave. Além dos menores, três membros das forças de segurança afegãs e oficiais religiosos também se feriram.

Ataque fere 16 crianças após mais uma tentativa falha de paz no Afeganistão
Tanques de guerra contra o Taleban em Asadabad, capital de Kunar, no Afeganistão, em outubro de 2004 (Foto: U.S. Army/Patricia Sinnett)

Cabul atribuiu o ataque ao Taleban, que pressiona pela derrubada do governo afegão apoiado pela comunidade internacional. O grupo disse estar “ciente do incidente” e que investiga a responsabilidade do ato.

No dia 14, o Taleban rejeitou participar da cúpula mediada pelos EUA e pela ONU (Organização das Nações Unidas) na Turquia. Com a recusa, Washington transferiu a reunião para maio e ampliou o prazo para retirada das tropas aliadas do Afeganistão para 11 de setembro.

Violência escala

Os ataques não cessaram desde então. Nos últimos dez dias, mais de 100 civis e soldados afegãos foram mortos ou feridos em combates em todo o país. Nesta segunda (25), uma mina terrestre atingiu um veículo do Exército em Jalalabad e feriu seis pessoas.

Em seguida, 12 policiais afegãos foram mortos em uma emboscada em Kandahar. No domingo (25), um ataque suicida explodiu um carro cheio de explosivos em área próxima à base militar da província ao sul do Afeganistão e polo de conflitos. Cinco policiais morreram.

A violência aumentou no Afeganistão desde a assinatura do acordo que negociou a saída das tropas entre o Taleban e os EUA, em fevereiro de 2020. Para o governo afegão, os talibãs buscam gerar insegurança no país e, assim, pleitear vantagens nas negociações do acordo de paz.

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