Catar condena à morte oito ex-militares da Marinha da Índia, que pretende recorrer

Veteranos davam treinamento às forças locais e foram detidos em 2022 sob acusação de espionagem para Israel

Um tribunal no Catar condenou à morte na quinta-feira (26) oito cidadãos indianos que trabalhavam para uma empresa privada local que prestava serviços para as forças armadas da nação islâmica, acusando-os de espionagem em nome de Israel. As informações são do jornal Times of Israel.

Segundo relatos da imprensa da Índia, os acusados, todos veteranos da Marinha indiana, foram detidos em 2022 sob a suspeita de espionagem a favor do governo israelense, especificamente em relação ao programa de submarinos militares do Catar.

Os envolvidos são os capitães Navtej Singh Gill, Birendra Kumar Verma e Saurabh Vasisht, os comandantes Amit Nagpal, Purnendu Tiwari, Sugunakar Pakala e Sanjeev Gupta, e o marinheiro Ragesh Gopakumar. Eles trabalhavam para a Dahra Global Technologies and Consultancy Services, que fornecia serviços de treinamento para as forças cataris. Desde que estão sob custódia, os pedidos de fiança dos acusados foram repetidamente recusados, disse a rede NDTV.

Doha, a moderna capital do Catar (WikiCommons)

O Ministério das Relações Exteriores da Índia emitiu um comunicado expressando perplexidade com a decisão da Justiça catari, e anunciou sua intenção de abordar a questão com as autoridades locais.

“Estamos profundamente chocados com o veredito da pena de morte e aguardamos o julgamento detalhado. Estamos em contato com os familiares e a equipe jurídica e estamos explorando todas as opções legais”, declarou a pasta.

O anúncio das penas capitais ocorre em um período de grande instabilidade, coincidindo com o conflito em andamento entre Jerusalém e o Hamas. Particularmente porque Doha desempenhou papel importante na negociação da libertação de reféns israelitas mantidos pelo grupo extremista em Gaza, bem como na entrega de ajuda humanitária à população civil que permanece no enclave.

Muitos indianos vivem e trabalham no Golfo, ocupando principalmente empregos semiqualificados ou não qualificados. Eles desempenham um papel importante ao contribuir significativamente para a economia da Índia e para o sucesso das economias na região responsável por aproximadamente 30% da produção mundial de petróleo.

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