Consultor militar do Irã foi morto em um ataque israelense na Síria, segundo a mídia estatal

Suposta ação de Israel ocorre dois meses após ataques em larga escala que quase iniciarem uma guerra entre os dois países

Um ataque aéreo realizado pelas forças de Israel atingiu a cidade de Aleppo, na Síria, e matou um consultor militar do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC, na sigla em inglês), do Irã. A ação ocorreu na segunda-feira (3), mas os desdobramentos foram divulgados somente nesta quarta (5) pela mídia estatal iraniana. As informações foram reproduzidas pela rede CNN.

O consultor morto foi identificado como Saeed Abiyar, atingido durante uma operação militar israelense que teria bombardeado diversos pontos de Aleppo. A imprensa iraniana relatou apenas a morte do homem e não citou outras vítimas.

Cidade de Aleppo, na síria (Foto: Vyacheslav Argenberg/WikiCommons)

O bombardeio ocorre apenas dois meses após Israel e Irã realizarem operações militares sem precedentes em solo alheio que quase deram início a uma guerra em grande escala. A tensão entre os dois países está elevada desde o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 que matou cerca de 1,2 mil pessoas em Israel.

A dura resposta do Estado judeu na Faixa de Gaza inseriu no conflito o Hezbollah, grupo libanês supostamente patrocinado por Teerã, e levou a ataques israelenses que mataram importantes figuras da IRGC. Para o Irã, a linha vermelha foi ultrapassada no ataque à ataque à embaixada do país em Damasco no dia 1º de abril, com dois generais da Guarda entre os mortos.

Então, o Irã cumpriu a ameaça de retaliação e lançou um grande ataque contra Israel em 13 de abril, com cerca de 300 drones e mísseis de cruzeiro e balísticos disparados. O sistema de defesa antiaérea de Israel, o Domo de Ferro, conseguiu conter a agressão com o apoio dos EUA e do Reino Unido, mas a ousadia iraniana fez o mundo prender a respiração diante da possibilidade de um conflito entre duas nações com potencial nuclear incerto.

O ataque desta segunda não foi confirmado por Israel, que habitualmente não comenta operações do gênero. Porém, gera a expectativa por uma nova resposta do Irã, após o vice-chefe de gabinete da presidência, Mohammad Jamshidi, afirmar que “a era da paciência estratégica acabou.”

O momento para Teerã, entretanto, é desfavorável, pois no mês passado o presidente Ebrahim Raisi morreu na queda de seu helicóptero e ainda não foi substituído. “Os israelenses podem muito bem ter calculado que este é um momento oportuno para atacar”, disse à CNN Trita Parsi, analista iraniana baseada em Washington.

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