Um ataque aéreo realizado pelas forças de Israel atingiu a cidade de Aleppo, na Síria, e matou um consultor militar do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC, na sigla em inglês), do Irã. A ação ocorreu na segunda-feira (3), mas os desdobramentos foram divulgados somente nesta quarta (5) pela mídia estatal iraniana. As informações foram reproduzidas pela rede CNN.
O consultor morto foi identificado como Saeed Abiyar, atingido durante uma operação militar israelense que teria bombardeado diversos pontos de Aleppo. A imprensa iraniana relatou apenas a morte do homem e não citou outras vítimas.
O bombardeio ocorre apenas dois meses após Israel e Irã realizarem operações militares sem precedentes em solo alheio que quase deram início a uma guerra em grande escala. A tensão entre os dois países está elevada desde o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 que matou cerca de 1,2 mil pessoas em Israel.
A dura resposta do Estado judeu na Faixa de Gaza inseriu no conflito o Hezbollah, grupo libanês supostamente patrocinado por Teerã, e levou a ataques israelenses que mataram importantes figuras da IRGC. Para o Irã, a linha vermelha foi ultrapassada no ataque à ataque à embaixada do país em Damasco no dia 1º de abril, com dois generais da Guarda entre os mortos.
Então, o Irã cumpriu a ameaça de retaliação e lançou um grande ataque contra Israel em 13 de abril, com cerca de 300 drones e mísseis de cruzeiro e balísticos disparados. O sistema de defesa antiaérea de Israel, o Domo de Ferro, conseguiu conter a agressão com o apoio dos EUA e do Reino Unido, mas a ousadia iraniana fez o mundo prender a respiração diante da possibilidade de um conflito entre duas nações com potencial nuclear incerto.
O ataque desta segunda não foi confirmado por Israel, que habitualmente não comenta operações do gênero. Porém, gera a expectativa por uma nova resposta do Irã, após o vice-chefe de gabinete da presidência, Mohammad Jamshidi, afirmar que “a era da paciência estratégica acabou.”
O momento para Teerã, entretanto, é desfavorável, pois no mês passado o presidente Ebrahim Raisi morreu na queda de seu helicóptero e ainda não foi substituído. “Os israelenses podem muito bem ter calculado que este é um momento oportuno para atacar”, disse à CNN Trita Parsi, analista iraniana baseada em Washington.