Um ataque realizado por um drone deixou três militares norte-americanos feridos na base aérea de Erbil, no Iraque, na segunda-feira (25). O Departamento de Defesa dos EUA, que anunciou o ocorrido, atribuiu a ação hostil a um grupo militante apoiado pelo Irã, segundo informou a rede CBS.
De acordo com o Pentágono, a ação foi realizada pelo Kataib Hezbollah, uma organização xiita iraquiana suspeita de receber apoio de Teerã. Em resposta, o presidente Joe Biden autorizou as Forças Armadas norte-americanas a contra-atacarem
Em comunicado, a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Adrienne Watson, disse que a resposta dos EUA ocorreu com ataques retaliatórios contra “três locais utilizados pelo Kataib Hezbollah e grupos afiliados focados especificamente em atividades de drones aéreos não tripulados.”
Os três alvos ficam localizados no território iraquiano, o que gerou um protesto de Bagdá, sob a alegação de que um membro de suas forças de segurança morreu e 18 pessoas ficaram feridas, inclusive um civil.
O governo do Iraque classificou o contra-ataque como um “ato hostil” e um “ataque inaceitável à soberania iraquiana” que compromete a relação entre os dois países. Já o Pentágono alega que nenhum civil ficou ferido e que os ataques “provavelmente mataram vários militantes do Kataib Hezbollah.”
Norte-americanos na mira
Os ataques contra posições militares dos EUA no Oriente Médio tornaram-se frequentes desde o início do conflito entre Israel e Hamas, no dia 7 de outubro. Grupos radicais locais, entre eles os Houthis, do Iêmen, alegam que as ações hostis contra Washington são uma resposta por seu apoio ao Estado judeu no conflito.
O Iraque tem sido um cenário particularmente turbulento para as forças dos EUA. No início de dezembro, a Zona Verde, uma área fortemente militarizada em Bagdá, na qual fica a embaixada norte-americana, foi atacada com foguetes.
O alvo foi especificamente a embaixada, que sofreu pequenos danos materiais. De acordo com um oficial das forças de segurança iraquianas, 14 foguetes foram disparados contra o edifício, sendo que alguns atingiram o portão da embaixada e outros caíram no rio Tigre. Ninguém ficou ferido.
Dias antes daquele episódio, um navio da Marinha dos EUA havia sido alvo de uma ação orquestrada pelos Houthis, que dispararam mísseis e usaram drones para atingir a embarcação. As defesas antiaéreas conseguiram conter o ataque na ocasião.
Embarcações comerciais também têm sido alvo no Mar Vermelho, e há duas semanas o navio-tanque norueguês Strinda foi atingido por um míssil perto de uma rota crucial de navegação.
As hostilidades forçaram uma mudança de hábitos das embarcações comerciais, a ponto de a British Petroleum (BP) anunciar que todas as suas remessas pelo Mar Vermelho seriam temporariamente interrompidas, segundo a CBS.
Aproximadamente 12% do comércio global passa pelo Mar Vermelho, ligado ao Mar Mediterrâneo pelo Canal de Suez. As ações dos Houthis, que levaram outras gigantes além da BP a interromperem o trânsito pela região, impondo custos mais elevados e atrasos nas entregas de energia, alimentos e bens de consumo em geral, com muitos navios optando por rotas através da África.