Guerra em Gaza chega a 25 mil civis mortos com necessidades humanitárias crescentes, diz ONU

Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários também observou que 62.681 palestinos foram feridos

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

O bombardeio “intenso” israelense em Gaza continuou nesta segunda-feira (22), juntamente com o lançamento de foguetes contra Israel por grupos armados palestinos, enquanto os humanitários da ONU (Organização das Nações Unidas) relatavam que mais de 25 mil pessoas morreram no enclave desde o início da guerra, em 7 de outubro.

Citando as autoridades de saúde de Gaza, o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) também observou que 62.681 palestinos foram feridos por ataques israelenses lançados em retaliação aos massacres liderados pelo Hamas em Israel, que deixaram cerca de 1,2 mil mortos e cerca de 250 pessoas feitas reféns.

Dois soldados israelenses também foram mortos em Gaza desde sexta-feira (19), disse o Ocha, elevando o total para 193 desde o início da operação terrestre e 1.203 soldados feridos, segundo os militares israelenses.

No mesmo período, 343 palestinos foram mortos e outras 573 pessoas ficaram feridas, disse o escritório de coordenação de ajuda da ONU. 

O desenvolvimento ocorre no momento em que os ministros das Relações Exteriores israelense e palestino se preparavam para se encontrar com seus homólogos da União Europeia (UE) nesta segunda, em conversações privadas separadas em Bruxelas, após o secretário-geral da ONU, António Guterres, ter condenado o derramamento de sangue em curso em Gaza como “doloroso e totalmente inaceitável”.

Cidade de Gaza sofre ataques aéreos simultâneos durante o dia (Foto: Unicef/El Baba)

Discursando numa cúpula do G77+China na capital de Uganda, Kampala, no domingo (21), Guterres descreveu o Oriente Médio como “uma caixa de pólvora”, antes de lançar um apelo para “fazer tudo o que pudermos para evitar que o conflito se acenda em toda a região”.

“As operações militares de Israel espalharam a destruição em massa e mataram civis numa escala sem precedentes durante o meu tempo como Secretário-Geral”, disse Guterres, tendo reiterado anteriormente o seu apoio a uma solução de dois Estados para israelenses e palestinos. 

“A negação do direito à condição de Estado ao povo palestino prolongaria indefinidamente um conflito que se tornou uma grande ameaça à paz e à segurança globais, que exacerba a polarização e encoraja extremistas em todos os lugares”, disse ele.

Alívio da fome

Destacando a escala da necessidade entre os habitantes de Gaza após mais de três meses de bombardeio “intenso”, o Ocha disse que apenas 15 padarias estão agora operacionais em Gaza, “seis em Rafah e nove em Deir al Balah”, e nenhuma está aberta a norte de Wadi Gaza.

Quase todas estas padarias em funcionamento continuaram a receber apoio do Programa Mundial de alimentos (PMA), que fornece farinha, sal, fermento e açúcar. 

“Através desta iniciativa, cerca de 250 mil pessoas puderam comprar pão a um preço subsidiado”, observou a Ocha na sua última atualização sobre a emergência, na noite de domingo.

Apagões de comunicações

A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA), por sua vez, informou nesta segunda que os desligamentos das telecomunicações haviam entrado no sétimo dia.

“A interrupção dos serviços de telecomunicações impede as pessoas de aceder a informações que salvam vidas, de chamar os socorristas e continua a impedir a resposta humanitária”, disse a agência da ONU num post no X, antigo Twitter.

Na sua última atualização, a UNRWA informou que 1,7 milhão de pessoas estão agora confirmadas como deslocadas dentro de Gaza. Pelo menos 335 destas pessoas deslocadas internamente foram mortas enquanto se refugiavam nas instalações da agência e 1.161 ficaram feridas, além dos 151 funcionários da UNWRA mortos e 141 instalações danificadas desde 7 de outubro.

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