Jihadistas da Al-Siddiq atacam militares turcos em Idlib, na Síria

Ataque do grupo extremista seria vingança por abusos em Afrin, cidade dominada pela Turquia desde 2018

O novo grupo jihadista Ansar Abu Bakr Al-Siddiq reivindicou o ataque a um comboio de militares turcos ao sul de Idlib, na Síria, nesta quinta-feira (8). Não há confirmação de mortos.

Em comunicado veiculado pelo jornalista britânico Aymenn Jawad Al-Tamimi, o grupo afirma que o ataque é uma vingança pela “degradação das mulheres muçulmanas em Afrin pelas forças turcas”. A área está sob o controle da Turquia desde 2018, quando uma operação destituiu o controle curdo que dominava a região.

Em três meses, as forças de Ancara forçaram o deslocamento dos cerca de 200 mil curdos que residiam no local e instauraram um governo gerenciado por uma coalizão de grupos islâmicos sunitas árabes sírios, com investimentos da Turquia.

Jihadistas da Al-Siddiq atacam militares turcos em Idlib, na Síria
Cidade de Afrin, na Síria, antes da ocupação da Turquia, em setembro de 2009 (Foto: Divulgação/Bertramz)

Denúncias recentes, porém, apontam graves violações e agressões às mulheres curdas que permaneceram no local. Os abusos incluem estupro, tráfico, tortura e assassinato, aponta um relatório da organização não-governamental Acaps, lançado em 3 de março.

O grupo Al-Siddiq surgiu em agosto de 2020 e já incluiu as forças turcas em sua agenda de ataques. Analistas apostam que o apoio de Ancara aos rebeldes do HTS (Hayat Tahrir al-Sham), grupo islâmico dominante em Idlib, pode ser um dos motivos.

Além da oposição aberta à Turquia e ao HTS, o Al-Siddiq também se opõe ao aumento das forças turcas em Idlib após acordo com a Rússia, no último dia 18. Os países financiadores do conflito, junto do Irã, concordaram em estender um cessar-fogo. Moscou apoia o governo de Bashar Al-Assad.

Membro do PKK morto na Turquia

As forças turcas disseram ter matado um membro do PKK (Partido dos Trabalhadores Curdos) de alta periculosidade nesta quinta (8). O terrorista foi encontrado na área de Domuz, ao sudeste da Turquia, disse o jornal turco pró-Ancara “Daily Sabah”.

O criminoso foi identificado como Ozgur Gabar e ocupava a primeira posição entre os mais procurados da Turquia. Pelo menos dez terroristas foram mortos desde quarta-feira em uma operação de contraterrorismo na região.

Ancara classifica o PKK como uma grande ameaça à segurança nacional. Além da Turquia, o grupo está na lista de terrorismo dos EUA e da UE (União Europeia).

No Brasil

Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino. Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos. Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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