O NDS (Diretório Nacional de Segurança), principal agência de inteligência do Afeganistão, anunciou a prisão de 18 suspeitos de participar do EI (Estado Islâmico) na sexta-feira (19). O grupo estava em um esconderijo na área rural da província de Faryab, no norte do país.
Oficiais disseram à emissora afegã ToloNews que os suspeitos pregavam apoio ao EI na comunidade local e buscavam recrutar novos integrantes para o grupo.
O movimento jihadista já gerava conflitos internos na província. Enquanto líderes religiosos pediam pela punição a militantes ligados ao EI, famílias dos suspeitos passaram a promover o grupo terrorista.
“Os líderes religiosos sempre disseram que aqueles que trabalhavam para o Estado Islâmico ou com sequestradores no Afeganistão deveriam ser enforcados”, disse o vice-chefe do Conselho de Ulema de Faryab, Ghulam Nabi Ghafoori. A entidade representa a cúpula do clero na região.
A campanha dos jihadistas serviu para aumentar a insegurança da região, que é palco de disputas entre as forças afegãs e o Taleban. Uma onda de bombardeios e ataques mortais se espalha por Faryab há meses.
No último dia 10, um ataque aéreo matou 24 e feriu 15 talibãs. Com o grupo havia uma grande quantidade de armas e munições, disse o Exército. As forças afegãs também disseram ter prendido líderes do EI na província de Nangarhar e no distrito de Sarobi, leste do país.
A violência cresceu no Afeganistão desde a assinatura de um acordo de paz entre o Taleban e os EUA, em fevereiro de 2020. Para muitos, os talibãs buscam gerar insegurança no país e, assim, pleitear vantagens nas negociações. Enquanto isso, grupos insurgentes, como o Estado Islâmico, aproveitam a situação para recrutar novos membros e alavancar seu domínio na região.
No Brasil
Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino. Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos. Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.