Pelo menos 15 jornalistas já perderam a vida no conflito entre Israel e Hamas

Profissionais de imprensa estão entre as mais de quatro mil vítimas fatais de ambos os lados da guerra, que começou há dez dias

Até esta terça-feira (17), pelo menos 15 jornalistas haviam morrido em serviço durante os primeiros dez dias do conflito entre Hamas e Israel, segundo informações do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ). Além disso, há um número expressivo de profissionais da imprensa feridos e desaparecidos.

O CPJ chamou a atenção para o número de mortes documentadas em tão curto espaço de tempo. Para contextualizar, a organização sem fins lucrativos observou que, entre 2022 e 2023, um total de 15 jornalistas perderam a vida cobrindo a guerra da Ucrânia.

A cobertura jornalística em Gaza enfrenta riscos significativos devido a ataques terrestres israelenses, ofensivas aéreas devastadoras, interrupções nas comunicações e cortes de energia.

Grupo de jornalistas durante cobertura de conflito em Gaza (Foto: Al Jazeera English/Flickr)

Até o momento, os impactos sobre os jornalistas na região são os seguintes: 15 perderam a vida, sendo 11 de nacionalidade palestina, três israelenses e um libanês. Oito ficaram feridos durante o conflito. Também há relatos de três repórteres dados como desaparecidos ou detidos

O CPJ também está investigando relatos não confirmados de outros jornalistas que foram mortos, estão desaparecidos, detidos, feridos ou ameaçados, bem como de danos causados a escritórios de mídia e residências de profissionais de imprensa.

Sherif Mansour, coordenador do programa do CPJ para o Oriente Médio e Norte da África, enfatizou que os jornalistas são civis desempenhando um papel crucial em situações de crise e não devem ser alvo das partes em conflito. Ele observou, também, que os jornalistas na região estão fazendo “grandes sacrifícios para cobrir este conflito doloroso” e pediu às partes que tomem medidas para garantir a segurança deles.

Quase metade dos profissionais vítimas do conflito eram fotojornalistas ou cinegrafistas, mortos quando tentavam documentar a crise no terreno. A maioria dessas mortes ocorreu em Gaza, durante o conflito que até a noite de segunda-feira (16) havia vitimado cerca de 1,4 mil israelenses e mais de 2.750 palestinos.

De acordo com o Direito Internacional Humanitário (DIH), os jornalistas são considerados civis e, como tal, não devem ser alvos diretos de ataques.

Defensores da liberdade de imprensa estão intensificando a pressão sobre Israel e todas as partes envolvidas no conflito para que cessem as práticas militares que colocam em risco a vida de civis, incluindo jornalistas, repercutiu o portal norte-americano Axios.

Em um comunicado, Christophe Deloire, secretário-geral da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), fez um apelo às autoridades israelenses para que encerrem as práticas militares que violam o direito internacional e resultam na morte de civis, incluindo jornalistas.

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