Síria teria aceitado enviar mísseis russos ao Hezbollah com apoio do Wagner Group, dizem EUA

Grupo mercenário russo entregaria sistema de mísseis terra-ar SA-22 aos militantes libaneses em meio ao conflito com Israel

Informações do serviço secreto dos Estados Unidos sugerem que o presidente sírio, Bashar al-Assad, teria concordado em fornecer ao grupo militante libanês Hezbollah um sistema de defesa antimísseis russo. De acordo com duas fontes ouvidas pela rede CNN, a entrega ficaria sob a responsabilidade da organização mercenária russa Wagner Group, que opera no país arrasado por uma guerra civil.

O sistema em questão é o SA-22, que utiliza mísseis antiaéreos e canhões de defesa aérea para interceptar aeronaves. Acredita-se que vários deles tenham sido implantados na Síria, sendo que alguns deles já foram alvos de ataques israelenses em outros anos.

Não está claro, no entanto, se o sistema já foi entregue ou quando exatamente isso irá acontecer. O sistema, também conhecido como Pantsir-S2, foi inicialmente fornecido pelo Kremlin ao governo sírio.

O SA-22, ou “Pantsir-S2,” é um sistema de defesa aérea de curto alcance usado para proteção contra ataques aéreos e mísseis (Foto: Dmitry Terekhov/Flickr)

Uma das fontes mencionou que Washington monitorou conversas mantidas entre Assad, Wagner e o Hezbollah em relação à entrega do sistema.

Wagner Group fez na Síria o trabalho que o Ministério da Defesa russo executou mal: desenvolver depósitos de petróleo, estabelecer ligações com grupos locais, reforçar a presença da Rússia em novas áreas e realizar reconhecimento civil

Voltando à questão dos mísseis a qual os mercenários supostamente fariam a logística, há preocupações crescentes de que o Hezbollah possa colocar as mãos em um novo sistema de defesa aérea. Isso porque a situação ocorre dentre de um contexto de temores de que os militantes estejam considerando abrir uma nova frente no conflito entre as forças israelenses e o Hamas, ao longo da fronteira norte de Israel com o Líbano.

Os Estados Unidos emitiram repetidos alertas ao Hezbollah e a outros grupos apoiados pelo Irã para que evitem se envolver no conflito, e posicionaram porta-aviões e tropas na região com o objetivo de dissuadir uma possível escalada.

Israel há muito tempo realiza ataques na Síria para evitar o envio de armas avançadas ao Hezbollah. Suspeita-se que Tel Aviv tenha reforçado esses esforços recentemente, especialmente à medida que grupos proxy (organizações que agem em nome de outra entidade maior, frequentemente em um contexto geopolítico) apoiados pelo Irã aumentam os ataques a partir do Líbano e outras regiões.

Aliados

A Rússia é um aliado importante de Bashar al-Assad. Moscou forneceu apoio militar, político e econômico ao governo local durante o conflito, o que incluiu o fornecimento de armas, treinamento e intervenção militar direta para ajudar no combate a grupos rebeldes e terroristas.

A relação entre a Rússia e a Síria também é vista como estratégica para ambos os países, já que Moscou mantém uma presença militar no Mediterrâneo por meio do território sírio e tem interesses geopolíticos na região.

No contexto do conflito sírio, o Hezbollah se envolveu ao lado do governo liderado por Assad. Os militantes combateram ao lado das forças sírias e, com o apoio do Irã e da Rússia, desempenharam um papel significativo na luta contra grupos rebeldes e extremistas no país.

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