Sob sanção dos EUA, Irã sofre com pandemia e sistema de saúde defasado

Irã atribui aos EUA a dificuldade de conter o vírus no país; sanções prejudicam acesso a recursos e equipamentos

As sanções dos EUA sobre o Irã têm dificultado o combate da pandemia no país. Com um sistema de saúde defasado, hospitais não tem equipamentos médicos adequados e, quando recebem, há custos exorbitantes.

O país registra o maior número de mortes por coronavírus do Oriente Médio. Mesmo com alta subnotificação, já são mais de 31,6 mil óbitos em decorrência da Covid-19 e 550 mil casos confirmados, de acordo com o mapeamento da Universidade Johns Hopkins.

“Com certeza o nosso número de mortos seria menor sem as sanções dos EUA”, disse o porta-voz do Ministério da Saúde iraniano, Kianush Jahanpur. “A administração dos EUA é diretamente responsável por isso”.

Pacientes infectados com Covid-19 recebem tratamento na unidade intensiva do Hospital Iman Khomeini, em Teerã, no Irã, em março de 2020 (Foto: CreativeCommons/Mohsen Atayi)

O governo norte-americano negou as acusações e afirmou que o Irã rejeitou a ajuda ofertada e que as sanções não impedem assistência humanitária.

Em outubro, os EUA impuseram sanções a 18 bancos iranianos, informou o Financial Times, na terça (20). O entrave começou depois que os EUA abandonaram o acordo nuclear com o Irã, em 2018, e reintroduziram sanções sob o argumento de que o país mantinha armas em segredo.

De acordo com o Ministério da Saúde do Irã, na pandemia o governo alocou apenas 30% do cerca de US$ 1 bilhão prometidos ao combate da Covid-19. A burocracia também prejudica uma melhor distribuição dos recursos no país, apontou o governo.

No Irã, universidades, fundos de pensão e militares dominam o sistema de saúde. Cidadãos comuns correspondem a apenas 10% do atendimento ao público.

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