Um cidadão suíço, acusado de espionagem no Irã, foi encontrado morto em uma prisão na cidade de Semnan na quinta-feira (9). Segundo informações do site Mizan, ligado ao judiciário iraniano, que foram reproduzidas pela rede Radio Free Europe, a morte foi classificada como suicídio. A Suíça, por meio de seu Ministério das Relações Exteriores, confirmou o caso e busca mais detalhes sobre as circunstâncias.
“O FDFA [Ministério das Relações Exteriores da Suíça] confirma a morte de um cidadão suíço no Irã. A embaixada suíça em Teerã está em contato com as autoridades locais para esclarecer as circunstâncias da morte em uma prisão iraniana”, declarou Pierre-Alain Eltschinger, porta-voz da pasta ministério.
A autoridade acrescentou que suporte consular está sendo oferecido aos familiares e que, por ora, não há mais informações disponíveis.
De acordo com Mohammad Sadeq Akbari, chefe de justiça da província de Semnan, o suíço estava detido com outro prisioneiro, mas teria tirado a própria vida enquanto estava sozinho na cela. O oficial iraniano afirmou que “o suicídio é certo” como causa da morte, mas não revelou a identidade do detido nem os detalhes das acusações de espionagem. O caso segue sob investigação.
A morte ocorre em um contexto de tensão nas relações entre o Irã e países ocidentais, incluindo os Estados Unidos e diversas nações europeias, que acusam o regime iraniano de utilizar cidadãos estrangeiros detidos como moeda de troca. O Irã é frequentemente acusado de reter estrangeiros para pressionar por concessões políticas ou negociações.
Este não é o primeiro incidente envolvendo cidadãos suíços no Irã. Em 2020, uma diplomata suíça foi encontrada morta após cair de um prédio em Teerã, em circunstâncias que ainda levantam questionamentos. Apesar de as autoridades suíças terem concluído que não houve “interferência criminosa” no caso, a investigação enfrentou obstáculos, como a ausência de órgãos no corpo da vítima após a autópsia realizada no Irã.
A Suíça mantém um papel diplomático crucial no Irã, representando os interesses dos Estados Unidos no país desde que os dois governos romperam relações diplomáticas após a Revolução Islâmica de 1979.