Agressões a mulheres e crianças crescem 69% na República Centro Africana

País foi considerado pelo Pnud, programa das Nações Unidas, o segundo pior do mundo para uma mulher

Na República Centro Africana, o registro de agressões contra mulheres e crianças subiu 69% desde o início das medidas de contenção do novo coronavírus. O cálculo é de estudo do Pnud (Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas), divulgado nesta terça (14).

Entre as vítimas, 76% é menor de idade. O registro de estupros cresceu 27%, segundo dados da Minusca, missão de estabilização das Nações Unidas no país.

Mesmo antes da pandemia, a situação já era grave, segundo o relatório. Apenas a mutilação genital feminina, que envolve em geral a remoção do clitóris de meninas, aumentou 174% desde 2014. No ano passado, foram identificados 11,7 mil casos no país.

Agressões a mulheres e crianças crescem 69% na República Centro Africana
A comandante Carla Araujo, brasileira, conversa com mulheres em Moumou, na República Centro Africana (Foto: UN Photo/Hervé Serefio)

Em 2019 a República Centro Africana foi considerada o segundo pior país do mundo para uma mulher viver. O dado é do índice de desigualdade de gênero da Pnud.

É a segunda nação em mortalidade da mãe após o parto e, nas zonas rurais, 81% das mulheres vivem abaixo da linha da pobreza. Com a pandemia e o fechamento de escolas e pequenos negócios, espera-se agravamento da crise sobretudo na população feminina.

Na República Centro Africana, mais da metade da população de 4,6 milhões depende de ajuda humanitária para viver. Desde o início da pandemia, as fronteiras com Camarões e a República Democrática do Congo estão parcialmente fechadas.

Do outro lado das divisas, caminhões com produtos importados – incluindo alimentos – não chegam à população. A consequência foi a alta dos preços.

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