Ataques matam três soldados na divisa da Costa do Marfim com Burkina Faso

Nenhum grupo extremista assumiu a autoria dos ataques; suspeita é que agressores sejam jihadistas em disputa territorial

Dois ataques consecutivos a postos de segurança do norte da Costa do Marfim mataram três soldados na segunda (29), confirmaram autoridades à Reuters. A região, devastada por confrontos violentos jihadistas, faz divisa com Burkina Faso.

O primeiro ataque ocorreu logo no início da madrugada no posto de Exército de Kafolo. O atentado foi o segundo em menos de dez meses. Em junho, um avanço extremista ao local matou 14 soldados.

Pouco depois, criminosos alvejaram a guarnição policial de Tehini, a 80 quilômetros do primeiro atentado.

Ataques matam três soldados na divisa da Costa do Marfim com Burkina Faso
Ex-combatente de grupos armados segura munições em um apelo à campanha desamarmentista da Costa do Marfim, em Abidjan, fevereiro de 2012 (Foto: UN Photo/UNOCI)

Até o final da tarde desta terça-feira, nenhum grupo havia assumido a autoria dos ataques. A suspeita é que os agressores sejam os mesmos jihadistas de Burkina Faso. Terroristas disputam o território com uma insurgência islâmica desde 2015, disse a agência France24.

A violência, que se espalha com a campanha jihadista no Sahel Central desde 2012, deve avançar sobre o Níger e Burkina Faso até chegar à costa do Golfo da Guiné, alertam especialistas.

Em fevereiro, o chefe do serviço de inteligência estrangeira da França, Bernard Emie, apontou que extremistas ligados à Al-Qaeda já trabalhavam para estender seus ataques no sul de Burkina Faso. “Terroristas já financiam homens para iniciar ataques na Costa do Marfim e Benin“, disse.

As tropas de segurança da França e da Costa do Marfim afirmam que já frustraram diversos ataques graças à cooperação entre os serviços de inteligência regionais. Paris mantém 900 soldados em uma base militar na ex-colônia francesa. Outros 5,1 mil agentes atuam na Operação Barkhane – missão anti-jihadista lançada no Sahel em 2014.

No Brasil

Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino. Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos. Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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