Uma série de ataques realizados pela força aérea da Nigéria neutralizou cerca de cem jihadistas na última semana, segundo informações das forças de segurança nacionais. Os jatos militares teriam bombardeado três acampamentos de combatentes do ISWAP (Estado Islâmico da África Ocidental), de acordo com o site The Defense Post.
Um oficial militar da região disse que “cem terroristas foram mortos” durante “ataques aéreos cirúrgicos” em um distrito no nordeste do país. “Os ataques aéreos seguiram um planejamento meticuloso, depois que relatórios de inteligência estabeleceram a presença de um grande número de terroristas nos três locais”, disse ele.
A informação foi confirmada por uma fonte da inteligência nigeriana, que não soube precisar o número exato de terroristas neutralizados. Disse apenas que o número é “bem superior” a cem.
A ação ocorreu poucos dias após os militares identificarem que um grande número de jihadistas havia se instalado nos três acampamentos bombardeados. Eles haviam chegado em cerca de 20 veículos, incluindo caminhões resistentes a minas. “Todos os veículos foram destruídos nos ataques junto com várias armas pesadas”, disse a fonte da inteligência.
Um pescador da região que não quis se identificar fez um relato semelhante ao dos militares. “Eles (jihadistas) foram duramente atingidos pelos ataques recentes. Eles enterraram os mais de cem cadáveres na aldeia Tudun Giginya, o que os levou quase o dia inteiro”, afirmou ele.
Por que isso importa?
Grupos jihadistas lutam para criar um califado islâmico no nordeste nigeriano, uma campanha violenta que já se espalhou para países vizinhos, como Camarões, Chade, Níger e Benin, e inclui assassinatos regulares, queima de mesquitas, igrejas, mercados e escolas e constantes ataques a instalações militares.
O ISWAP tem assumido o posto de principal facção extremista nigeriana no lugar do Boko Haram, que coleciona derrotas nos últimos meses. Em junho, militantes do Boko Haram gravaram um vídeo no qual confirmaram a morte de Abubakar Shekau, seu notório ex-comandante, na primeira baixa de impacto contra a organização.
Shekau morreu no dia 19 de maio, em um confronto com jihadistas do ISWAP na floresta de Sambisa, no nordeste da Nigéria. “Shekau detonou uma bomba e se matou”, disse um militar nigeriano, em áudio ouvido pelo Wall Street Journal à época.
Formado por dissidentes do Boko Haram, o ISWAP se afastou de Shekau em 2016 e passou a se concentrar em alvos militares e ataques de alto perfil, inclusive trabalhadores humanitários. O grupo frequentemente ataca tropas das forças de segurança, em uma insurgência que matou mais de 40 mil pessoas desde que começou, em 2009.