A China busca países aliados para a expansão do seu domínio sobre grande parte do Oceano Índico, de acordo com o último relatório do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, publicado na terça (1).
O documento aponta que Beijing “provavelmente considerou” Mianmar, Tailândia, Singapura, Indonésia, Paquistão, Sri Lanka e outros países da África e Ásia como locais para instalar novas bases militares.
Namíbia, Vanuatu e Ilhas Salomão já estariam em negociação com o governo chinês. O relatório enfatiza o “desejo da China de agir globalmente”, disse o pesquisador e ex-funcionário do Pentágono, Zack Cooper à agência de notícias japonesa Nikkei.
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As acusações surgem em meio à tensão entre EUA e China, em conflito sobre tarifas comerciais e questões tecnológicas e ideológicas.
Receio norte-americano
A desconfiança de Washington sobre a expansão chinesa começou a partir de 2017, quando Beijing lançou sua primeira base no exterior, no Djibouti, país da África Oriental.
É a única plataforma chinesa até o momento e, segundo o governo em Beijing, restrita a ajuda humanitária e missões de escolta.
O relatório também apontou que o Camboja assinou um acordo secreto com o Estado chinês para a utilização de suas bases navais. Ambos os países já negaram em público as acusações.
Em sua defesa, a China afirma que não pretende buscar a hegemonia e cita sua “tradição cultural pacífica”.
Embora os chineses não tenham reconhecido a estratégia, analistas o veem como uma tentativa de cercar a Índia. Os dois países retomaram em maio o conflito de seis décadas por trechos de fronteira no Himalaia, após uma trégua iniciada em 2017.