Forças da RD Congo dizem ter destruído esconderijo e capturado terroristas da ADF

Governo lançou campanha contra o grupo extremista que, segundo fontes militares, levou à prisão de 35 combatentes nos últimos dias

As forças de defesa da República Democrática do Congo, com o suporte de seus aliados de Uganda, afirmaram no último sábado (18) que destruíram uma série de esconderijos do grupo jihadista ADF (Forças Democráticas Aliadas, da sigla em inglês), na região leste congolesa As informações são do site The Defense Post.

Tropas dos dois países alegam ter bombardeado “novos campos inimigos identificados no distrito de Beni, na província de Kivu do Norte, e na província de Ituri”, segundo informações divulgadas pelas forças armadas da RD Congo.

No mês passado, o governo lançou uma campanha contra o grupo extremista que, segundo fontes militares, tem sido bem sucedida. Entre os dias 13 e 15 de dezembro, as forças de coalizão dizem ter prendido 35 combatentes.

Uma importante atribuição dos soldados é fortificar as rodovias do país de forma a facilitar a movimentação das tropas e prejudicar as ações dos combatentes jihadistas. Cidadãos congoleses também têm sido convocados para fornecerem informações sobre os rebeldes.

Até o momento, o exército não fez um balanço do número de mortos e feridos desde que a campanha teve início, mas informou que uma ação dos jihadistas levou à morte de ao menos oito pessoas em um vilarejo congolês. Também foram libertados 31 reféns que estavam em poder da ADF.

O porta-voz do exército congolês na região de Beni, Antony Mualushayi, disse que soldados prenderam uma figura da sociedade civil na cidade de Mbau, não muito longe do conflito, por “passar informações aos terroristas”.

Soldados do exército da República Democrática do Congo em Goma, capital da província do Kivu do Norte (Foto: MONUSCO/Clara Padovan)

Por que isso importa?

A ADF é uma organização paramilitar ugandense acusada de estar por trás de milhares de mortes nos últimos anos. O grupo nasceu em 1995, como oposição ao presidente Yoweri Museveni, e tem atuando majoritariamente em áreas remotas. Com o tempo, a facção ultrapassou as fronteiras de Uganda e passou a agir também na RD Congo.

No começo de maio deste ano, o governo congolês declarou lei marcial em Kivu do Norte e na província vizinha de Ituri, de modo a estancar a violência atribuída ao grupo rebelde. Porém, o número de civis mortos só cresceu.

Cerca de três meses depois, em agosto, o atual presidente congolês Felix Tshisekedi declarou que forças especiais dos Estados Unidos seriam enviadas para a região a fim de estudar a viabilidade de instalação de uma unidade antiterrorismo para o enfrentamento da violência islâmica.

A ADF foi colocado na lista de sanções financeiras em março por Washington, classificada como terrorista. A organização declarou publicamente ser um braço do Estado Islâmico (EI), que por sua vez assumiu a responsabilidade por alguns de seus ataques.

No entanto, um relatório divulgado em junho por especialistas da ONU (Organização das Nações Unidas) afirma não haver evidências de apoio direto do EI à ADF.

No Brasil

Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.

Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.

Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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