O exército da Somália anunciou a morte de cerca de 100 jihadistas do Al-Shabaab neste domingo (30), reportou a agência chinesa Xinhua. A ofensiva vem em meio a uma escalada de violência na região de Middle Shabelle, no sul do país africano.
Na sexta-feira, três civis foram mortos e outros sete ficaram feridos após uma explosão na cidade de Baidoa, no sudoeste somali. O chefe da polícia local, Abdiqani Mohamud, disse à agência turca Anadolu que o objetivo era causar uma “grande explosão” em um mercado movimentado da cidade.
Apesar de nenhum grupo ter reivindicado o ataque, as forças de segurança iniciaram uma ofensiva contra o Al-Shabaab. O grupo terrorista filiado à Al-Qaeda tem perpetrado ataques semelhantes no Chifre da África.

O ataque veio um dia depois de o governo somali solucionar o impasse sobre as eleições do país, na quinta (27). O pleito deveria acontecer em fevereiro, mas foi adiado após disputas entre o governo e os estados de Puntland e Jubbaland, redutos da oposição.
A nova escolha indireta, realizada por anciãos de clãs, deverá acontecer em dezembro, para os legisladores. Em 8 de fevereiro, os anciãos voltam às urnas para eleger o presidente que substituirá Mohamed Abdullahi Farmajo, reportou a Reuters.
Conflitos políticos impulsionaram violência
O Al-Shabaab se aproveitou dos conflitos gerados pelos opositores políticos para intensificar seu domínio nas comunidades vulneráveis da Somália. Os extremistas já controlam áreas no sul do país, onde é comum que soldados de paz da UA (União Africana) morram em emboscadas e bombardeios.
Dados apontam que o Al-Shabaab esteve em 440 episódios violentos no país entre julho e setembro – o maior número desde 2018. Um chefe do exército da Somália disse à Xinhua que as operações continuarão até que todos os insurgentes jihadistas sejam varridos da região.
No Brasil
Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino. Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos. Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.