O balanço semanal sobre a pandemia de Covid-19, divulgado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) nesta quarta-feira (1), indica uma queda de 10% nas mortes em relação à semana anterior, com 45,7 mil óbitos e 3,8 milhões de novos casos em todo mundo. O que chama a atenção no relatório, entretanto, é o aumento de 93% nos diagnósticos da doença na África, justamente o continente onde primeiro foi detectada a nova variante Ômicron.
Segundo a OMS, é possível afirmar que a Ômicron tem alto poder de mutação e foi identificada em vários países, com uma possibilidade alta de continuar se espalhando. Evidências preliminares sugerem que ela tem potencial de escape imunológico e é possivelmente mais transmissível na comparação com as outras variantes, embora a pandemia ainda seja caracterizada pela predominância da Delta.
Segundo o relatório, entre 22 e 28 de novembro, foi registrada uma alta de 24% nos casos no Pacífico e de 7% na Europa. Já as Américas e o sudeste da Ásia registraram quedas de 24% e de 11%, respectivamente. Os países que tiveram o maior número de novos casos de Covid-19 na última semana foram Estados Unidos (464,8 mil), Alemanha (406,7 mil), Reino Unido (304 mil), Rússia (239 mil) e França (190 mil).
Dados da OMS apontam que, em quase dois anos, a Covid-19 matou 5,2 milhões de pessoas entre mais de 260 milhões de infectadas.
Novo órgão intergovernamental
Também nesta quarta (1), a OMS encerrou, em Genebra, a sessão especial da Assembleia Mundial da Saúde, um encontro de três dias focado na resposta ao coronavírus.
No evento, o diretor-geral da agência, Tedros Ghebreyesus, destacou a criação de um órgão de negociação intergovernamental para levar a um acordo internacional sobre prevenção de pandemias, preparação e respostas, cuja primeira reunião foi marcada para março de 2022.
O chefe da OMS solicitou aos países que já têm 70% da população vacinada para seguirem o exemplo da Suíça e enviarem doses aos mecanismos Covax e Avat, encarregados de levar os imunizantes a nações de renda baixa, como as da África.
Ghebreyesus também defende que os países “removam todas as barreiras para o aumento da produção de vacinas, para que compartilhem as tecnologias e conhecimentos e para que renunciem aos direitos de propriedade intelectual”.
O diretor-geral da OMS pediu, ainda, aos Estados-membros, para aumentarem a vigilância, os testes, o sequenciamento e a comunicação sobre novas variantes, sem penalizar os países que fazem isso, caso da África do Sul com a Ômicron.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News