Um ataque terrorista na cidade nigerina de Banibangou, em Tillaberi, região próxima à fronteira com o Mali, matou 15 soldados do Níger na última terça (4). A informação foi divulgada pelo governo à emissora chinesa CGTN.
Conforme o ministério da Defesa do Níger, homens armados atacaram as tropas que lutavam na operação anti-jihadista Almahou. Com as mortes, o número de soldados mortos nos últimos quatro dias em Tillaberi sobe para 31.

Pelo menos quatro agentes ficaram feridos no ataque. “Do lado do inimigo, vários terroristas foram mortos e equipamentos foram destruídos”, disse o governo nigerino em comunicado, sem precisar números ou detalhar as circunstâncias do ataque.
No sábado (1), 16 soldados nigerinos foram mortos após um ataque à patrulha na região de Tahoua, próximo ao Mali. Um dos agentes segue desaparecido. Em 21 de março, várias aldeias da região da tríplice fronteira tornaram-se alvo de ataques terroristas coordenados que mataram mais de 140 pessoas.
Epicentro da violência jihadista
Tillaberi é considerada o novo epicentro da onda jihadista que tomou o Sahel Central. Os assassinatos são parte de uma onda de ataques promovidos por grupos armados ligados ao EI (Estado Islâmico) e à Al-Qaeda na região da tríplice fronteira do Níger com o Mali e com Burkina Faso.
A violência aprofunda os desafios de segurança enfrentados pelo novo presidente do Níger, Mohamed Bazoum, eleito no final de fevereiro. Bazoum ocupa o lugar de Mahamadou Issoufou, à frente do país desde 2011, que deixou o poder após dois mandatos na primeira transição presidencial pacífica do país desde a independência da França, em 1960.
O país mais pobre do mundo, conforme classificação da ONU (Organização das Nações Unidas), ainda luta contra o alastramento do Boko Haram, da Nigéria, que avança sobre o sudeste do país.
No Brasil
Casos mostram que o Brasil é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.
Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.
Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.