ONU investiga queda de helicóptero que matou oito boinas azuis na RD Congo

Local da queda da aeronave foi palco recentemente de confrontos de forças congolesas com o grupo armado rebelde M23

A ONU (Organização das Nações Unidas) afirmou nesta quarta-feira (29) que “fará de tudo” para investigar as circunstâncias da queda de um helicóptero da Monusco (missão de paz da ONU na República Democrática do Congo), ocorrida na terça (28), no leste do país. 

A aeronave, do tipo Puma, transportava seis boinas-azuis do Paquistão, um da Rússia e outro da Sérvia e desapareceu na região de Kivu Norte, enquanto fazia uma missão de reconhecimento em Tshanzu, perto da fronteira com Uganda e Ruanda. 

O local da queda foi palco recentemente de confrontos entre forças congolesas e o grupo armado rebelde M23, cujo nome vem da data de um acordo, assinado em 23 de março de 2009, entre o governo congolês e milícias pró-Tutsi. Os oito corpos foram encontrados e levados a Goma, capital de Kivu Norte. 

Soldados de paz da Missão de Paz das Nações Unidas na República Democrática do Congo, Monusco (Foto: UN Photo/Monusco)

O aumento da violência na RD Congo foi citado pela chefe da Monusco, Bintou Keita, em reunião do Conselho de Segurança. A subsecretária-geral falou da insegurança e contou que, em três meses, quase 2,3 mil pessoas foram mortas nas províncias do leste. Disse ainda que a violência aumentou apesar das operações militares conjuntas contra os grupos armados. 

As Forças Armadas da República Democrática do Congo (FARDC) e as Forças de Defesa do Povo de Uganda (UPDF) se uniram na operação. Mas os contra-ataques de grupos armados como as Forças Democráticas Aliadas (ADF) agravaram a situação. 

Na segunda-feira, integrantes do M23 realizaram ataques a civis perto de Rutshuru. A situação está pior porque, segundo a Monusco, a ADF renovou sua aliança com o Estado Islâmico (EI) na região. A chefe da Monusco alertou o Conselho de Segurança sobre o aumento do risco para o pessoal da ONU, incluindo funcionários da saúde.  

A Missão da ONU na RD Congo redobrou esforços para proteger os civis na província de Ituri com o aumento do número de unidades de apoio às FARDC. Bintou Keita disse, no entanto, que, sem uma resposta às causas e sintomas da violência no país africano, as ações da ONU e das forças congolesas seguirão sendo insuficientes. 

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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