ONU: Mediterrâneo requer mais segurança em meio a crises na África Subsaariana

Cresce o número de africanos que se arriscam em travessias perigosas no Mar Mediterrâneo, alerta Acnur

Este conteúdo foi publicado originalmente na agência ONU News, da Organização das Nações Unidas

O Plano de Ação Estratégica 2021 da Acnur (Agência da ONU para Refugiados) apelou à comunidade internacional por mais ações para fortalecer a segurança de africanos que tentam escapar das crescentes crises na África Subsaariana.

O Acnur diz que muitos estão se arriscando em travessias perigosas pelo Mar Mediterrâneo para fugir da violência e de perseguições, visando chegar à Europa.

A agência está preocupada com a escalada de conflitos e deslocamentos forçados na região do Sahel, do leste e do Chifre da África – situação que favorece as travessias pelo mar para as Ilhas Canárias.

ONU: Mediterrâneo requer mais segurança em meio a crises na África Subsaariana
Migrantes recuperados em embarcação da Acnur no Mar Mediterrâneo, em 2019 (Foto: Acnur/Hereward Holland)

Já são mais de mil mortes nas partes central e ocidental do Mediterrâneo no ano passado. A Acnur está tentando obter US$ 100 milhões para aumentar a proteção dos refugiados africanos a caminho do Mediterrâneo.

Para a agência da ONU, é prioridade oferecer alternativas seguras às jornadas perigosas e marcadas por abusos e mortes. Somente na região do Sahel, a violência já forçou quase 2,9 milhões de pessoas a fugir de suas casas.

Sem chances de paz ou estabilidade na região, deve haver ainda mais deslocamentos forçados num futuro próximo. Os migrantes preferem enfrentar risco de abusos, sequestros, trabalho forçado e violência de gênero que permanecer em áreas de guerra.

Brutalidades

O enviado especial do Acnur para o Mediterrâneo Central, Vincent Cochetel, relatou terríveis cenas de brutalidade e abusos enfrentados pelos migrantes e refugiados nessas travessias. 

Muitos os migrantes se tornam vítimas de traficantes de pessoas, estupros e extorsão. Assassinatos também já se tornaram comuns, assim como pessoas deixadas à beira da morte.

Para mitigar esses riscos, o Acnur apela que os países fortaleçam vias legais e seguras para os refugiados. O processo inclui a reunificação familiar e os chamados Mecanismos de Transição de Emergência em Ruanda e no Níger para as pessoas que foram evacuadas da Líbia. 

A Acnur espera poder identificar e assistir mais refugiados ao longo das travessias em países anfitriões. O objetivo é fortalecer o acesso e entrega de meios de proteção aos sobreviventes desses abusos.

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