Período eleitoral de Guiné é marcado por prenúncio de violência

País vai às urnas no dia 18; há forte divisão política desde a recandidatura do presidente Alpha Condé

A ONU (Organização das Nações Unidas) alertou na quarta (7) sobre um aumento do “incentivo à violência” no período eleitoral na Guiné. O país, localizado na África Ocidental, deve escolher novos representantes no próximo domingo (18).

A Guiné vive uma profunda divisão política desde que o presidente, Alpha Condé, manobrou a legislação para garantir uma candidatura ao terceiro mandato. Ele concorrerá contra outros 11 candidatos.

“Há sérios indícios para um aumento da intolerância, o que abre margem para confrontos diretos”, alertou Michelle Bachelet, a alta comissária da ONU para direitos humanos.

Período eleitoral de Guiné é marcado por prenúncio de violência
O presidente de Guiné, Alpha Condé, durante discurso ao Parlamento Europeu em maio de 2018 (Foto: CreativeCommons/European Parliament)

A conselheira interina, Pramila Patten, pediu aos líderes políticos e, sobretudo ao candidatos em campanha, que evitem discussões sobre afiliações partidárias a fim de reduzir a tensão.

A brutalidade em períodos eleitorais marca a história do país africano, independente da França desde 1958. Em 2009, por exemplo, 109 mulheres e meninas foram estupradas por sua filiação ou relação política.

Com o uso excessivo da força nas manifestações de outubro de 2019 e março de 2020, a Guiné ainda não apresentou nenhuma investigação sobre os casos de violência e dezenas de mortes à ONU. Há suspeita de que Condé tenha incitado as manifestações.

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