Um documento de 2018 com as principais estratégias dos EUA na região do Indo-Pacífico veio à tona poucos dias antes do fim do mandato de Donald Trump, que deixou a Casa Branca em 20 de janeiro. No texto, Washington lista a Índia como a principal possibilidade de “contrapeso” à China.
Segundo o jornal indiano “The Hindu”, que teve acesso ao documento, o relatório de dez páginas aponta que os EUA devem “manter a primazia estratégica” e buscar a “promoção de uma ordem econômica liberal” na região.
Um dos planos do governo de Trump em 2018 era se tornar “o preferido” da Índia em questões de segurança. “Os dois países devem cooperar para preservar a segurança marítima e combater a influência chinesa“, diz o texto.
O sucesso na aproximação de Trump e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, comprova a preocupação de Washington sobre o sudeste e o sul asiático. “O objetivo dos EUA é ajudar a Índia a se tornar um provedor de segurança da região”, aponta o relatório.
Ao mesmo tempo, Washington também diz querer “impedir a China” de estabelecer “esferas de influência iliberais” no continente. “Este é o primeiro desafio de segurança nacional dos EUA”, aponta o relatório.
“A China pretende dissolver as alianças e parcerias dos EUA em toda a região e vai explorar vácuos e oportunidades criadas por esses títulos reduzidos”, diz o documento.
Rússia e Coreia do Norte
Sobre a Rússia, o texto afirma que Moscou permanecerá sendo um “jogador marginal” na relação entre EUA, China e Índia. Washington diz ter expectativa de que Índia e Japão aumentem o investimento em defesa.
“Isso deve ser feito devido à competição em segurança impulsionada pela mudança nos equilíbrios de poder regionais”, de acordo com o documento.
Os planos dos EUA na Coreia do Norte também têm espaço na estratégia. Conforme o documento do governo Trump, Washington deveria garantir que o país liderado por Kim Jong-un “não ameace” o país.
“Deve-se convencer o regime de Kim de que o único caminho para a sua sobrevivência é abandonar as armas nucleares“, diz o texto.
O governo de Trump não alcançou o objetivo. As três tentativas de negociação entre Trump e Kim fracassaram devido a divergências sobre o desarmamento e alívio das sanções a Pyongyang.