Com aportes chineses, foco do Brasil deve ser crescer, diz especialista

Investimentos chineses no Brasil são recentes e devem servir para pavimentar crescimento, defende pesquisador

Apesar de polêmicos, os investimentos chineses no Brasil podem impulsionar desenvolvimento – desde que usados de maneira estratégica. A observação é do professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC, Giorgio Romano Schutte.

Em entrevista ao podcast Brasil Latino, o doutor em Sociologia pela USP aponta que os investimentos de Beijing em solo brasileiro são relativamente recentes. Antes o país já se beneficiou com os aportes dos EUA, do Japão e de diversos países europeus.

“O Brasil sempre esteve aberto aos investimentos internacionais”, apontou o pesquisador. “E agora precisa ter a capacidade de aproveitar esses investimentos como um projeto nacional de desenvolvimento tecnológico“.

Com investimentos chineses, foco do Brasil deve ser desenvolvimento, diz especialista
Bandeira da China hasteada na sede da ONU, em Nova York (Foto: UN Photo/Loey Felipe)

O movimento espelha o que a própria China fez nos últimos 20 anos, antes de se tornar a atual potência comercial e tecnológica. Conforme Romano, o tamanho do Brasil é um ponto a favor junto da comunidade internacional.

“Há mais de dez anos, o Brasil é o país que mais recebe investimentos no mundo. E, sim, está no mapa de expansão da China”, disse.

Além disso, Beijing já se tornou o maior comprador de produtos brasileiros e exerce forte influência em muitos países latino-americanos com sua desenvolvida diplomacia.

Romano é autor do livro “Oásis para o capital – solo fértil para a ‘corrida de ouro’: A dinâmica dos investimentos produtivos chineses no Brasil”, da editora Appris.

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