Dois congressistas norte-americanos, os republicanos Scott Perry e Tom Tiffany, manifestaram apoio para que Taiwan seja reconhecido como membro da ONU (Organização das Nações Unidas). As informações são do jornal taiwanês Taipei Times.
A dupla enviou uma carta à embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, na qual os congressistas manifestam apoio à causa e pedem que ela também colabore usando “a voz, o voto e a influência dos Estados Unidos para garantir a ascensão de Taiwan”.
Tiffany postou a carta integralmente em sua conta no Twitter. O documento cita que a economia de Taiwan está muito próxima das 20 maiores do mundo e que o território é o décimo maior parceiro comercial dos EUA no setor de bens, além de líder global na indústria de semicondutores e “mantém laços sólidos com prestigiosas instituições de pesquisa médica em todo o mundo”.
My friend @RepScottPerry and I sent this letter to #Biden admin today demanding full membership in the #UnitedNations for #Taiwan. America doesn’t need a permission slip from Communist #China to support our allies. It’s time: #UNforTaiwan pic.twitter.com/bCYVkJ4nwF
— Rep. Tom Tiffany (@RepTiffany) September 9, 2021
Na carta, os congressistas citam diversas vezes a China, que trata Taiwan como parte do seu território e constantemente contesta a aproximação com os Estados Unidos. Nas palavras dos congressistas, “está além do limite permitirmos que nosso medo da República Popular da China (RPC) dite nossa política externa e permita que o órgão da ONU – dominado pela influência do Partido Comunista Chinês – rejeite repetidamente os pedidos de Taiwan para formalmente aderir à ONU”.
O Partido Comunista Chinês (PCC) enxerga Taiwan como parte de seu território, embora não tenha qualquer controle formal sobre a ilha. E tem aumentado o tom diante da reivindicação de independência, inclusive com ameaças expressas de usar força militar caso seus interesses sejam contrariados.
Por que isso importa?
Taiwan é uma questão territorial sensível para os chineses. Relações exteriores que tratem o território como uma nação autônoma estão, no entendimento de Beijing, em desacordo com o princípio defendido de “Uma Só China“, que também encara Hong Kong como território chinês.

Diante da aproximação do governo taiwanês com os Estados Unidos, a China endureceu sua retórica contra as reivindicações de independência da ilha autônoma no ano passado e as tensões geopolíticas escalam com rapidez na região.
Jatos militares chineses passaram a realizar exercícios militares nas regiões limítrofes com Taiwan, enquanto Beijing deixou claro que não aceitará a independência do território “sem uma guerra”.
O embate, porém, pode não terminar em confronto militar, e sim em um bloqueio total da ilha. É o que apontaram relatórios produzidos pelos EUA e por Taiwan em junho, de acordo com o site norte-americano Business Insider.
O documento, lançado pelo governo taiwanês no ano passado, pontua que Beijing não teria capacidade de lançar uma invasão em grande escala contra a ilha. “Uma invasão provavelmente sobrecarregaria as forças armadas chinesas”, concordou o relatório do Pentágono.
Caso ocorresse, a escalada militar criaria um “risco político e militar significativo” para Beijing. Ainda assim, ambos os documentos reconhecem que a China é capaz de bloquear Taiwan com cortes dos tráfegos aéreo, naval e das redes de informação.