O governo equatoriano declarou na quinta-feira (4) a embaixadora mexicana Raquel Serur Smeke como “persona non grata”, ordenando sua saída do país. A decisão veio após comentários recentes do presidente mexicano Andres Manuel Lopez Obrador, insinuando que Daniel Noboa ganhou a eleição presidencial equatoriana devido ao assassinato do candidato Fernando Villavicencio. As informações são da agência Associated Press.
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do Equador afirmou que essa medida, prevista pela Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, “não implica o rompimento das relações diplomáticas”, mas requer a partida rápida da embaixadora. A pasta também expressou o luto contínuo do Equador pela morte de Villavicencio, enfatizando que esse ato “ameaça os pilares da democracia, paz e segurança da nação”.
Quando alguém é declarado “persona non grata”, o país anfitrião pede ao governo do país de origem que retire o diplomata de suas funções e o envie de volta para casa. Essa medida é uma forma de protesto contra as ações ou declarações do diplomata considerado indesejável.
O mal-estar diplomático teve início na quarta-feira (3). Durante uma coletiva de imprensa, Obrador declarou que a candidata de esquerda Luisa Gonzalez perdeu a eleição presidencial no Equador devido às acusações feitas por Villavicencio, assassinado por gangues do crime organizado, que a associaram injustamente ao seu homicídio.
Villavicencio, um candidato anticorrupção, foi assassinado dias antes do primeiro turno das eleições em agosto de 2023 e, para Obrador, isso acabou influenciando as tendências eleitorais.
“Um candidato que fala mal do candidato que está no topo é subitamente assassinado, e o candidato que estava no topo cai, e o candidato que estava em segundo lugar sobe”, observou. O presidente mexicano também manifestou pesar pela situação e lamentou a violência contínua no Equador.
Enquanto isso, o governo equatoriano reiterou seu compromisso em lidar com o crime organizado transnacional.