A misteriosa morte da ativista paquistanesa Karima Mehrab Baloch, de 37 anos, demanda uma “investigação independente”, pediram grupos de Direitos Humanos nesta quarta (23), de acordo com a Al-Jazeera.
O corpo de Karima foi encontrado em um lago pela polícia de Toronto, no Canadá, na noite de segunda-feira (21). Um comunicado oficial afirma que a ativista foi vista pela última vez no domingo nos arredores de Bay Street.
A polícia investiga o caso como uma “morte não criminal”, disse a porta-voz Caroline de Kloez. “Não acreditamos que haja qualquer suspeita”. As organizações, porém, questionam as circunstâncias do ocorrido.

Ativistas do Paquistão – em especial os que vivem em situação de asilo em países estrangeiros, como era o caso de Karima – alegam que a morte pode ter sido orquestrada por agentes estatais do país.
Karima era uma proeminente ativista pelos direitos étnicos de Baloch. Ela liderou movimentos pela independência de comunidades étnicas e denunciou abusos de autoridades na província do Baluchistão, ao sudoeste do país.
Perseguição aos Baloch
Uma série de relatos e documentos sustenta a rede de desaparecimentos forçados e assassinatos de ativistas pelos direitos Baloch no Paquistão. A morte de Karima é o segundo caso de óbito de dissidente paquistanês sob circunstâncias misteriosas em 2020.
Em março, policiais encontraram o corpo do ativista e jornalista Sajid Hussain em um rio próximo à cidade de Uppsala, na Suécia, onde estava exilado.
A ativista paquistanesa recebeu asilo permanente do Canadá em 2017, após uma série de ameaças de morte que a forçaram a deixar o Paquistão. Karima era uma das principais vozes pela justiça de ativistas políticos presos e mortos pelo governo paquistanês.