O número de refugiados reassentados em 2020 é o menor das últimas duas décadas, apontou a Acnur (Agência das Nações Unidas para Refugiados) nesta quarta (18).
Até o final de setembro, pouco mais de 15,4 mil deslocados conseguiram abrigo definitivoem algum lugar do mundo. Nos primeiros nove meses de 2019, o número de reassentados ultrapassava os 50 mil.
A situação preocupa, já que o reassentamento só ocorre quando um país aceita dar abrigo a um refugiado de forma permanente. Em 2016, o número de reassentados superou os 126 mil em todo o mundo.
Desde o começo do ano, a Acnur encaminhou judicialmente mais de 31 mil pedidos de asilo a cerca de 50 países. Pouco mais da metade foi atendida.
“Além da pandemia, dos conflitos e da crise econômica que se espalha rapidamente pelo mundo, este é o mais baixo golpe para a proteção dos refugiados”, disse a alta comissária da Acnur, Gillian Triggs.
A Covid-19 gerou atrasos na transferências de pessoas para outros países, mas algumas nações congelaram temporariamente o reassentamento.
Enquanto esperam, os deslocados aguardam em campos com milhares de outras pessoas, muitas vezes vulneráveis a doenças, fome e desemprego.
Dos mais de 15 mil reassentados entre janeiro e setembro, três em cada dez eram sobreviventes de violência ou tortura.
As estimativas da agência da ONU (Organização das Nações Unidas) apontam que menos de 1% dos refugiados conseguem ser reassentados por ano. No ano passado, as estatísticas somavam mais de 20,4 milhões de refugiados no mundo.