Guatemala limita deportação pelos EUA com avanço da pandemia

Governo do país centro-americano afirma ter capacidade de receber e monitorar 400 expatriados por mês

A Guatemala limitou o número de pessoas que os Estados Unidos pode deportar semanalmente ao país. A informação foi concedida um porta-voz do governo guatemalteco ao jornal Miami Herald.

A nova medida foi lançada após o país afirmar que tem recebido deportados contaminados com o coronavírus, explicou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Guatemala, Patrícia Letona.

O país centro-americano registrou até esta quarta (1º) 17,4 mil casos confirmados da doença e 746 óbitos, de acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde).

Guatemala limita deportação pelos EUA à medida que pandemia avança
Fiscalização na fronteira dos Estados Unidos com o México (Foto: Wikimedia Commons)

Limbo migratório

Há três semanas, apenas dois voos com deportados partem rumo ao país semanalmente, com até 50 passageiros cada. Neste fluxo, o governo afirma que terá capacidade de monitorar a saúde dos repatriados.

Antes da pandemia, o país aceitava mensalmente quatro mil deportados pelos EUA. Em março, o número já havia diminuído para 1,9 mil.

A partir de junho, o limite para repatriação aceito pelo governo guatemalteco é de 400 cidadãos mensais.

Segundo o Miami Herald, as novas medidas criam acúmulo de cidadãos guatemaltecos presos em centros de detenção nos Estados Unidos. A porta-voz do governo afirma que são cinco mil sob custódia neste momento.

De acordo com uma advogada que representa vários presos por entrada ilegalmente nos EUA, quatro guatemaltecos chegaram a pousar em seu país de origem. Foram enviados de volta aos EUA após confirmação da contaminação pelo coronavírus.

Em abril, a Guatemala chegou a suspender as deportações até que o governo dos EUA passasse a fazer testes nos presos antes de enviá-los de volta ao país de origem.

Apesar de a exigência ter sido atendida, o governo guatemalteco questiona a eficácia dos testes aplicados. Alguns migrantes tiveram diagnóstico positivo para vírus no momento da chegada na Guatemala, mesmo após apresentarem resultados negativos nos testes feitos nos EUA.

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