Kamala Harris discutirá ‘surto migratório’ com a Guatemala

Vice de Biden se reúne com autoridades guatemaltecas para discutir maior fluxo migratório dos últimos 20 anos

A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, realizará um encontro virtual com o presidente guatemalteco, Alejandro Giammattei, na próxima segunda (26) para discutir o aumento de migrantes na fronteira norte-americana, anunciou seu gabinete nesta quarta-feira.

Joe Biden escolheu a vice-presidente para supervisionar a resposta diplomática do governo ao “surto migratório” no país. A advogada deve viajar à Guatemala em junho, disse um funcionário da Casa Branca à Bloomberg.

Harris e Giammattei devem discutir formas de aprofundar a cooperação entre os governos no tema da migração, disse a porta-voz Symone Sanders. Washington já promove campanhas publicitárias para repelir o fluxo, o mais intenso em 20 anos.

Kamala Harris inicia discussão sobre 'surto migratório' com a Guatemala
Adolescente cuida de criança desacompanhada em abrigo do Unicef em Tijuana, México, janeiro de 2019 (Foto: Unicef/Tanya Bindra)

Com a posse do presidente Joe Biden, em janeiro, contrabandistas passaram a afirmar que a fiscalização na fronteira dos EUA está mais flexível e que o país está “mais receptivo” aos migrantes. Dados apontam que 19 mil migrantes foram apreendidos por agentes dos EUA em fevereiro. O número representa quase o triplo do registrado em janeiro.

As causas da migração

Biden já afirmou que deve abordar as causas “mais profundas” da migração, como a pobreza e a violência da América Latina, para tentar resolver o problema. Milhares de migrantes buscam trabalho e melhores condições de vida em meio à violência e crise econômica legada pela Covid-19 e pelos furacões que atingiram a região.

As políticas de Donald Trump, como o encarceramento e separação de crianças de suas famílias, contribuíram para impedir que pessoas tentassem atravessar a fronteira. Boa parte passou a se refugiar no México até poder entrar nos EUA. O movimento impulsionou os índices de violência nas regiões próximas à fronteira.

Em março, o número de migrantes que chegaram à fronteira dos EUA com o México chegou a 171,7 mil, a maioria composta por menores desacompanhados. Casos de afogamento, violência e exploração de crianças e adolescentes deixados “aos cuidados” de contrabandistas se tornaram cada vez mais comuns.

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