A Coreia do Norte emitiu um alerta nesta segunda-feira (10) ameaçando derrubar aviões espiões dos Estados Unidos, após acusar repetidamente Washington de violar o espaço aéreo norte-coreano. O aumento das tensões na região ocorre enquanto o presidente conservador da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, se dirige à Europa para participar da cúpula dos líderes da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) que ocorre na Lituânia nesta semana. As informações são da revista Newsweek.
Segundo um porta-voz do Ministério da Defesa, em declaração à mídia estatal norte-coreana, “um avião de reconhecimento estratégico da Força Aérea dos EUA invadiu ilegalmente o espaço aéreo inviolável da RPDC (República Popular Democrática da Coreia) sobre o Mar do Leste diversas vezes, percorrendo dezenas de quilômetros.”
O porta-voz, cujos comentários foram publicados pela Agência Central de Notícias da Coreia (KCNA, da sigla em inglês), acrescentou que Washington pagaria por sua espionagem aérea “freneticamente encenada” e que não há “garantia de que um acidente tão impactante como a queda do avião dos EUA não ocorra no Mar do Leste da Coreia.”
Por outro lado, militares sul-coreanos afirmaram que o espaço aéreo de Pyongyang não foi violado e solicitaram a “interrupção imediata de atos que criem tensão através de alegações falsas”, de acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap.
O país comandado pela mão-de-ferro de Kim Jong-un também condenou os planos de Washington de implantar um submarino com mísseis nucleares perto da península coreana, alertando que o deslocamento da embarcação submersa para a região criou uma situação extremamente perigosa, elevando a região a um ponto crítico de um possível conflito nuclear.
Em abril, Washington anunciou sua intenção de enviar um submarino balístico com capacidade nuclear para realizar a primeira visita a um porto sul-coreano em décadas. No final de junho, o USS Michigan, um dos maiores submarinos nucleares do mundo da classe Ohio, atracou no porto sul-coreano de Busan. A presença do submarino, equipado com mísseis Tomahawk, é considerada pelos EUA um reflexo do compromisso com a região do Indo-Pacífico.
Enquanto isso, a Coreia do Norte tem realizado uma série de lançamentos em violação às sanções, incluindo testes de mísseis de longo alcance de grande potência e uma tentativa de colocar em órbita um satélite de espionagem militar em maio.
Em resposta, o presidente da Coreia do Sul tem intensificado a cooperação de defesa com Washington, de quem tem sido parceiro em exercícios militares conjuntos.
Na cúpula da Otan que começa na terça-feira (11), O líder sul-coreano buscará fortalecer a cooperação com os membros da aliança militar diante das crescentes ameaças nucleares e de mísseis provenientes da Coreia do Norte, conforme informou seu gabinete.