Na véspera da celebração do 96º aniversário do Exército de Libertação Popular (ELP), ocorrida na terça-feira (1º), o presidente chinês, Xi Jinping, pediu às autoridades militares do país para que impulsionem a modernização das Forças Armadas. Em seu discurso, ele enfatizou a necessidade de ampliar a capacidade de confronto e prontidão, buscando novos equipamentos e forças para “integrá-las ao sistema de combate”. As informações são da agência Reuters.
Durante a inspeção da força aérea do Comando do Teatro Ocidental do ELP, o líder do gigante asiático reiterou a importância dessas medidas para reforçar a capacidade militar e pediu esforços contínuos para realizar treinamentos em condições reais de combate.
De acordo com um editorial do jornal PLA Daily, o diário do Exército, os militares chineses têm ampliado sua capacidade de realizar diversas tarefas em uma área mais ampla.
Em 2023, a China vem demonstrando seu poderio militar através de manobras e exercícios intensos, enquanto se prepara para iniciar os testes no mar de seu terceiro e mais avançado porta-aviões. Além disso, o país está fortalecendo seus laços militares com a Rússia.
Alguns analistas enxergam a intensificação das manobras militares chinesas como uma resposta às crescentes ameaças externas dos Estados Unidos e seus aliados. E apontam que Beijing está mostrando sua força militar para enviar mensagens políticas.
Drew Thompson, pesquisador sênior visitante da Escola de Políticas Públicas Lee Kuan Yew, da Universidade Nacional de Cingapura, corrobora essa visão. Ele acredita que os exercícios das Forças Armadas chinesas têm um propósito mais político do que militar. Segundo ele, quando o ELP conduz tais manobras, está enviando “uma mensagem de força” a outros países.
“Tudo o que o ELP faz é inerentemente político”, disse Thompson.
De acordo com o analista militar chinês Song Zhongping, essa escalada ocorre porque o mundo não está pacífico e o ambiente externo enfrentado pela China “está se deteriorando”.
Enquanto os EUA expandem suas implantações regionais e fortalecem alianças com países parceiros, as autoridades chinesas pedem que Washington se afaste das costas da China caso o diálogo militar seja retomado.
Progresso tecnológico
Desde a reunião da presidente taiwanesa Tsai Ing-wen com o presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Kevin McCarthy, em abril, a China tem realizado uma série de exercícios e patrulhas que se estendem do Mar do Japão ao Pacífico Ocidental.
O encontro entre as duas autoridades foi definido por Beijing como “um sério alerta contra o conluio e provocação das forças separatistas de Taiwan com forças externas”, uma referência velada a Washington.
Beijing está se preparando para estender seu poder no mar, com foco em seus porta-aviões, incluindo o mais avançado, o Fujian, cujo teste marítimo é aguardado com expectativa. A emissora estatal CCTV anunciou que os testes começariam “em breve”, mas ainda não há data fixada.
Além disso, no campo aéreo, a China fortalece suas habilidades de longo alcance, demonstrando a decolagem do caça furtivo J-20 com motores WS-15 de produção doméstica. A capacidade desse motor ainda não é conhecida publicamente.
Essas ações têm atraído atenção regional e de analistas, evidenciando o avanço tecnológico e operacional das Forças Armadas chinesas.