Importações chinesas de petróleo russo atingem níveis sem precedentes após invasão da Ucrânia

De acordo com dados alfandegários, as importações de petróleo russo por Beijing aumentaram quase 100% desde o início da guerra ano passado

De acordo com dados alfandegários divulgados nesta terça-feira (20), as importações chinesas de petróleo russo atingiram seu nível mais alto no mês passado desde a invasão da Ucrânia por Moscou em fevereiro de 2022. As informações são da rede Voice of America (VOA).

Os números detalhados revelaram que a China importou 9,71 milhões de toneladas do combustível fóssil da Rússia em maio, em comparação com 5,4 milhões de toneladas em fevereiro de 2022 e 6,3 milhões no mês seguinte.

O balanço revela um aumento significativo nas importações de petróleo russo pela China desde o início do conflito em território ucraniano, com quase o dobro do volume sendo registrado.

Plataforma de petróleo no Mar Negro (Foto: Wikimedia Commons)

Essas estatísticas estão em consonância com os números comerciais recentemente divulgados, que demonstraram um crescimento nas relações comerciais entre a Beijing e Moscou, alcançando níveis não vistos desde fevereiro de 2022.

Segundo os números do governo chinês, o comércio entre os dois países no mês passado totalizou US$ 20,5 bilhões, com as importações chinesas provenientes da Rússia atingindo um valor de US$ 11,3 bilhões.

Os registros da alfândega chinesa também mostram que a China se destaca como o maior parceiro comercial da Rússia, tendo atingido um comércio recorde de US$ 190 bilhões no ano passado.

Durante uma cúpula realizada em março, o presidente chinês, Xi Jinping, e seu homônimo russo, Vladimir Putin, expressaram seu compromisso em aumentar o volume de negócios para US$ 200 bilhões até 2023, enfatizando sua parceria “sem limites”.

Além disso, espera-se um crescimento de 40% nas entregas de energia russa para a China este ano, como anunciado pelo vice-primeiro-ministro Alexander Novak no mês passado.

Essa tendência de aumento nas importações de petróleo russo pela China também está relacionada à recuperação econômica do país, após o fim das medidas rigorosas de “Zero Covid” no final do ano passado, que impactaram a demanda por energia.

Embora a China afirme ser uma parte neutra no conflito da Ucrânia, enfrenta críticas de países ocidentais devido à sua recusa em condenar Moscou, bem como por sua estreita parceria estratégica com a Rússia, sendo uma espécie de “salvação econômica” para um Kremlin cada vez mais isolado.

Maior importador de energia do mundo, Beijing faz uso de oleodutos que saem diretamente da Sibéria, o que facilita a parceria. 

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