Indústria da pesca ilegal chinesa está entre os novos alvos de sanções dos EUA

Por abusos de direitos humanos, punição atinge ainda a Comissão Eleitoral da Rússia e entidades de Coreia do Norte e Irã

Na véspera do Dia Internacional dos Direitos Humanos, celebrado em 10 de dezembro, os Estados Unidos anunciaram sanções contra entidades de China, Coreia do Norte e Rússia acusadas de violar a Declaração Universal estabelecida pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 1948. Entre elas, autoridades no Tibete, a indústria da pesca ilegal chinesa e uma agência de segurança norte-coreana. As informações são da rede Radio Free Asia.

Sob acusação de pesca ilegal e trabalho forçado, o Departamento do Tesouro norte-americano sancionou os grupos de empresas marítimas Pingtan Marine Enterprise Ltd., listada na bolsa de valores Nasdaq, e a Dalian Ocean Fishing Co, ligados aos cidadãos chineses Li Zhenyu e Xinrong Zhuo, também penalizados. A medida também irá valer para 157 embarcações pesqueiras com a bandeira da China.

Um dos barcos operados pelo Dalian esteve envolvido na remoção ilegal de mais de 700 kg barbatanas de tubarão, inclusive de espécies ameaçadas de extinção, segundo detalhou comunicado do Tesouro norte-americano.

Chineses são responsáveis pela maior fatia de pesca ilegal do mundo (Foto: Wikimedia Commons)

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China Mao Ning falou sobre as punições aplicadas pelo governos do EUA durante coletiva de imprensa em Beijing. Ela disse não ter conhecimento sobre o caso que envolve o Dalian, mas se opôs às sanções ocidentais contra as pesqueiras chinesas. 

“Os EUA não estão em posição de impor sanções injustificadas a outros países ou agir como um ‘policial mundial’”, disse Mao, que acrescentou: “Apontar o dedo para os outros enquanto faz vista grossa para suas próprias violações é flagrante duplicidade de critérios”.

Autoridades chinesas envolvidas em abusos dos direitos humanos na Região Autônoma do Tibete também foram alvos das sanções. Entre elas o ex-secretário provincial do Partido Comunista Chinês (PCC) Wu Yingjie, além do chefe do Departamento de Segurança Pública do Tibete, Zhang Hongbo. Eles seriam responsáveis por “tortura, abuso físico e assassinatos de prisioneiros, incluindo aqueles presos por motivos religiosos e políticos”, segundo o Tesouro dos EUA.

Na Coreia do Norte, as sanções atingiram o Departamento Geral da Guarda de Fronteiras do Ministério de Segurança do Estado, responsável pelas fronteiras do país com a China e a Rússia. Como medida para frustrar a fuga de norte-coreanos para o exterior, as autoridades usam “minas terrestres e ordens de atirar à vista”, acusa Washington.

A lista também incluiu a Comissão Eleitoral Central da Rússia, que, de acordo com Washington, teria ajudado a organizar e monitorizar “referendos falsos”, que consultou os cidadãos de Donetsk e Luhansk, no leste da Ucrânia, sobre a anexação pelo Estado russo das duas regiões parcialmente ocupadas. 

Alegando violações dos direitos humanos na repressão das manifestações após a morte da jovem Mahsa Amini, em setembro deste ano, autoridades iranianas também foram sancionadas.

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