Japão lança satélite de inteligência para monitorar mísseis norte-coreanos

Além de vigiar instalações militares na Coreia do Norte, objetivo do Optical-8 é melhorar as respostas a desastres naturais

O Japão lançou nesta sexta-feira (12) um satélite de coleta de dados de inteligência. O governo tem dois objetivos cruciais: monitorar atividades em instalações militares na Coreia do Norte em meio a tensões crescentes na região e melhorar as respostas a recorrentes desastres naturais no arquipélago. As informações são da agência Associated Press.

O lançamento ocorreu no Centro Espacial Tanegashima, no sudoeste do país. Um foguete H2A, lançado pela Mitsubishi Heavy Industries, teve a missão de colocar em órbita o satélite de reconhecimento óptico. Segundo a Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (Jaxa, na sigla em inglês), a operação faz parte dos esforços de Tóquio para fortalecer sua capacidade militar.

O satélite, chamado Optical-8, possui avançadas capacidades de imagem para capturar detalhes, no entanto, sua eficácia pode ser limitada em condições meteorológicas adversas. O desenvolvimento desse tipo de sonda espacial no Japão teve início após um míssil norte-coreano sobrevoar o país em 1998.

Um foguete decola no Centro Espacial Tanegashima, no Japão (Foto: WikiCommons)

Como parte dos esforços para aprimorar o sistema de alerta contra possíveis lançamentos de mísseis, o governo japonês planeja estabelecer uma rede de dez satélites, incluindo modelos equipados com radares capazes de operar em condições meteorológicas adversas e durante a noite.

Em conformidade com sua estratégia de segurança nacional de 2022, o governo do primeiro-ministro Fumio Kishida, planeja implantar mísseis de cruzeiro de longo alcance, como o Tomahawk dos EUA, no próximo ano. Essa mudança representa uma quebra do princípio de autodefesa exclusiva do Japão pós-guerra, devido ao rápido avanço de armamentos na China e na Coreia do Norte.

Quando assumiu em 2021, Kishida se referiu ao fato de que Pyongyang segue com testes de mísseis balísticos enquanto aumenta sua capacidade de ataque, ao passo em que Beijing segue em constante busca de incremento militar e tem “atividade cada vez mais assertiva”, além de ter ampliado o arsenal nuclear.

Para impulsionar sua visão de segurança nacional, que inclui ainda temores com a Rússia, o Gabinete de Kishida aprovou no fim daquele ano um orçamento extra de defesa de 770 bilhões de ienes (cerca de US$ 6,8 bilhões). O dinheiro foi destinado para alavancar a compra de mísseis, foguetes anti-submarinos e outras armas.

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