Órgão fiscalizador tcheco afirma que o TikTok é uma “ameaça à segurança”

Agência Nacional de Segurança Cibernética destaca a quantidade de dados dos usuários coletados pelo aplicativo

A Agência Nacional de Segurança Cibernética e da Informação, órgão fiscalizador do governo da República Tcheca, engrossou o coro contra o aplicativo chinês TikTok e o classificou como uma “ameaça à segurança”. As informações são da rede Deutsche Welle (DW).

“A agência está preocupada com uma possível ameaça à segurança decorrente do uso do TikTok, sobretudo pela quantidade de dados do usuário coletados pelo aplicativo e pela maneira como os dados são tratados”, disse o regulador.

De acordo com a agência, o risco à segurança existe caso a rede social seja instalada em “dispositivos que acessam informações críticas e infraestrutura de comunicação”, vez que a empresa que controla o aplicativo, a ByteDance, “está sob a jurisdição legal da República Popular da China”.

TikTok está na mira de nações ocidentais: privacidade ameaçada (Foto: Olivier Bergeron/Unsplash)

Embora o governo tcheco não tenha imposto uma proibição, foi desaconselhado que políticos e funcionários estatais usem o aplicativo. Mesmo o público em geral recebeu a orientação de analisar se realmente considera necessário manter a plataforma instalada em seus aparelhos.

A manifestação do órgão tcheco se soma a outras tantas que apontam para o risco de coleta excessiva de dados de usuários, situação que colocou a popular plataforma de vídeo na mira de governos ocidentais e levou inclusive à proibição de uso em alguns lugares.

A desconfiança está ligada à Lei de Inteligência Nacional da China, de 2017, segundo a qual empresas locais devem “apoiar, cooperar e colaborar com o trabalho de inteligência nacional”, o que teoricamente as obriga a atender a eventuais demandas do governo por informações cadastrais.

A suspeita foi ratificada no ano passado por um estudo divulgado pela Internet 2.0, uma empresa australiana especializada em cibersegurança. Segundo a análise, a plataforma chinesa é “excessivamente intrusiva” e realiza a coleta “excessiva” de dados dos usuários, sendo estes redirecionados sem que o dono do celular perceba.

Internet 2.0 explica que os servidores do aplicativo estão conectados a uma das gigantes chinesas dos serviços de nuvem e segurança cibernética, colocando as informações coletadas pela plataforma ao alcance do Partido Comunista Chinês (PCC).

Diante desse cenário, o governo norte-americano emitiu uma ordem no final de fevereiro para que o TikTok seja excluído de todos os dispositivos e sistemas digitais de órgãos federais. Canadá e Dinamarca agiram da mesma forma, enquanto a Comissão Europeia, o Conselho Europeu e o Parlamento Europeu proibiram que seus funcionários utilizem o TikTok em aparelhos corporativos e pessoais.

Por motivos diversos, mais nações também baniram o uso da rede social. A Índia proibiu o TikTok em 2020, bem como outros aplicativos chineses, alegando questões de segurança, mesma razão alegada por Taiwan para vetar a plataforma de vídeos. No Afeganistão e no Paquistão, dois países muçulmanos, a proibição tem cunho religioso.

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