A China tem pedido às empresas de processamento e comércio de commodities de alimentos que reforcem seus estoques de milho e soja com medo que a situação do coronavírus no Brasil saia do controle, segundo a Reuters.
Um trader que conversou com agência de notícias afirmou que o pedido seria porque “as coisas não estão com uma cara boa no Brasil”. Beijing já avalia as consequências do aumento descontrolado de casos no Brasil.
De acordo com a Reuters, “uma das principais preocupações é como a epidemia na América do Sul pode impactar a oferta [de soja] para a China”, afirmou uma fonte.
Óleo e grãos de soja, além do milho, devem ser armazenados em maior quantidade que o habitual. A medida preveniria o mercado chinês contra problemas como o fechamento de portos que escoam ou recebem a mercadoria.
Segundo a Embrapa, os principais canais de escoamento da soja brasileira para o mercado externo são os portos de Paranaguá (PR), Santos (SP) e Rio Grande (RS).
Também são relevantes Santarém (PA) e Itaqui (MA), responsáveis pelo envio de parte relevante da produção do centro-oeste.
O governo também vê chances de desabastecimento em função de uma segunda onda de contágios pelo novo coronavírus.
Entre março e abril, o Brasil já teve problemas de escoamento de grãos para exportação. O motivo seria diminuição das equipes nos portos, por conta das medidas anti-coronavírus, e impacto das chuvas que atingiram partes do país.
As falhas na cadeia brasileira levaram a China a apresentar uma baixa recorde nos estoques. O fluxo já foi restabelecido, as autoridades locais já se preparam para novos problemas.
O Brasil já tem 233 mil casos e 15,6 mil mortes. Os dados são da OMS (Organização Mundial de Saúde), desta segunda (18).