China pede reforço dos estoques de soja temendo colapso por coronavírus no Brasil

Beijing tem orientado empresas a reservar mais soja e milho que o habitual, após falhas na cadeia de escoamento

A China tem pedido às empresas de processamento e comércio de commodities de alimentos que reforcem seus estoques de milho e soja com medo que a situação do coronavírus no Brasil saia do controle, segundo a Reuters.

Um trader que conversou com agência de notícias afirmou que o pedido seria porque “as coisas não estão com uma cara boa no Brasil”. Beijing já avalia as consequências do aumento descontrolado de casos no Brasil.

De acordo com a Reuters, “uma das principais preocupações é como a epidemia na América do Sul pode impactar a oferta [de soja] para a China”, afirmou uma fonte.

China pede reforço dos estoques de soja temendo colapso por coronavírus no Brasil
Lavoura de soja em Goiás, no cerrado brasileiro (Foto: Pixabay)

Óleo e grãos de soja, além do milho, devem ser armazenados em maior quantidade que o habitual. A medida preveniria o mercado chinês contra problemas como o fechamento de portos que escoam ou recebem a mercadoria.

Segundo a Embrapa, os principais canais de escoamento da soja brasileira para o mercado externo são os portos de Paranaguá (PR), Santos (SP) e Rio Grande (RS).

Também são relevantes Santarém (PA) e Itaqui (MA), responsáveis pelo envio de parte relevante da produção do centro-oeste.

O governo também vê chances de desabastecimento em função de uma segunda onda de contágios pelo novo coronavírus.

Entre março e abril, o Brasil já teve problemas de escoamento de grãos para exportação. O motivo seria diminuição das equipes nos portos, por conta das medidas anti-coronavírus, e impacto das chuvas que atingiram partes do país.

As falhas na cadeia brasileira levaram a China a apresentar uma baixa recorde nos estoques. O fluxo já foi restabelecido, as autoridades locais já se preparam para novos problemas.

O Brasil já tem 233 mil casos e 15,6 mil mortes. Os dados são da OMS (Organização Mundial de Saúde), desta segunda (18).

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