Durante a pandemia do novo coronavírus, o Uruguai registra um cenário bem diferente do visto no restante da América Latina, uma das regiões mais afetadas pelo Covid-19.
Até esta sexta (24), o país registrou 1,1 mil casos de infecção e 34 mortes, de acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde). Mesmo sem uma quarentena obrigatória, os números são muito menores que os dos vizinhos Brasil e Argentina, por exemplo.
Segundo a Foreign Policy, o sucesso é um crédito para o governo. Montevidéu precisou lidar não só com a situação do próprio país, mas com a resposta, classificada como “desastrosa”, do Brasil à pandemia.
Os esforços tiveram resultado positivo com a população. Em uma pesquisa da Ipsos, a administração uruguaia da crise teve o maior índice de aprovação na América Latina.
Resposta rápida
Desde março, 88 mil pessoas foram testadas no país, de 3,5 milhões de habitantes. A nação sul-americana está entre as melhores do mundo em testagem da população.
A resposta foi beneficiada ainda por altos investimentos na educação e na ciência. Antes mesmo da chegada da pandemia, pesquisadores já fabricavam kits de diagnóstico com uso de tecnologia molecular.
O governo logo criou um plano para fortalecer os centros de saúde públicos e privados, além de aumentar o número de leito de UTI e de equipamentos como respiradores.
Para a revista norte-americana, o êxito também é justificado pelas forças institucionais de uma nação em crescimento há anos. O Uruguai é um dos poucos países da região onde a população tem pleno acesso à serviços básicos e altas taxas de conexão à internet, por exemplo.
Economia
Desde o início da pandemia, a economia do Uruguai se manteve estável em algumas áreas, como a agricultura. Mas o golpe causado pela paralisia do turismo, uma das atividades econômicas mais importantes no país, foi forte.
O setor representa 9% do PIB e está diretamente ligado a geração de 100 mil empregos, em diferentes áreas. A oposição acredita que mais poderia ter sido feito pelo turismo. Também criticou a política de auxílio a setores mais vulneráveis da população, que poderia ter incluído redução de tarifas de água, gás e energia.