Por turismo, Grécia quer vacinados de Covid com acesso livre à Europa

Países que dependem do turismo seriam maiores beneficiados; OMS pede paciência até estabilização pós-vacina

O primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, pressiona para liberar o acesso dos imunizados pela Covid-19 em toda a Europa. Líderes do bloco devem debater a proposta nesta quinta-feira (21), de acordo com o diário britânico “The Guardian”.

Mitsotakis argumenta que a liberação incentivará a vacinação no continente. “A vacinação não seria um pré-requisito, mas aqueles que pudessem provar que receberam as doses teriam a certeza de poder viajar”, disse.

A Grécia, cuja economia depende do turismo, se beneficiaria com a medida. Mas a incerteza a respeito do comportamento das infecções durante o processo de imunização global é a principal barreira contra a proposta.

Grécia pressiona para que vacinados à Covid-19 tenham acesso livre na Europa
Profissional da saúde faz teste de Covid-19 a passageiro vindo do Reino Unido no Aeroporto da Ilha de Lemnos, na Grécia, em julho de 2020 (Foto: CreativeCommons/Mark Hodson)

Na última quinta (14), o diretor-geral da OMS (Organização Mundial de Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, manifestou ceticismo quanto aos passaportes pós-vacina. “Não podemos nos dar ao luxo de priorizar ou punir certos grupos ou países”, ponderou.

Outra questão em alerta são as novas variantes do coronavírus. A B117, identificada pela primeira vez no Reino Unido em dezembro, já demonstra poder de infecção maior e mais rápido. Conforme a OMS, a mutação já se espalhou para 50 países e territórios.

Pesquisadores também identificaram uma cepa similar na África do Sul. Outra mutação, dessa vez originada no estado brasileiro do Amazonas, já está em análise. O receio é que as vacinas não sejam 100% eficazes a todas as variantes.

Em Manaus, o regristo de óbitos por Covid-19 já é 22% maior que o primeiro pico da doença, em maio, mostra levantamento da UOL. O estado de 3,8 milhões de habitantes já soma 230 mil casos confirmados e 6,1 mil mortes em decorrência da doença.

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