Pandemia intensifica vulnerabilidade infantil mesmo nos países ricos

Mesmo em países desenvolvidos, jovens estão mais propensos à obesidade, dificuldades escolares e suicídio

Um novo estudo publicado na quarta (2) pela Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), mostrou que, mesmo nos países ricos, a pandemia de Covid-19 aprofundou problemas de saúde mental, obesidade e acesso à escola entre crianças e adolescentes.

A pesquisa concluiu que apenas três em cada cinco crianças estão satisfeitas com suas vidas. A maior insatisfação está na Turquia, Japão e Reino Unido. Ao todo, crianças e adolescentes de 41 países foram entrevistados.

As altas taxas de obesidade também preocupam. Uma em cada três crianças na União Europeia e nos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) é obesa ou está com sobrepeso, apontou o relatório.

Os números expõem a desigualdade em relação a África e América Latina, onde mais de 85 milhões de pessoas passam fome.

Outro dado mostra que 40% dos adolescentes entrevistados não têm habilidades de leitura e matemática básica. Os menos proficientes estão na Bulgária, na Romênia e no Chile. As crianças chilenas também se sentem menos confiantes em fazer amigos, como no Japão e na Islândia.

A principal causa de morte entre jovens de 15 a 19 anos nos países ricos é o suicídio. A taxa mais alta está na Lituânia, na Nova Zelândia e naEstônia. Ao mesmo tempo, Nova Zelândia e Islândia são considerados os países com as melhores políticas de bem-estar infantil, junto da Finlândia.

Pandemia intensifica vulnerabilidade infantil mesmo nos países ricos
Criança recebe atendimento médico em Roma, Itália, em julho de 2020 (Foto: Unicef/Alessio Romenzi)

Impactos de longo prazo

Os impactos sociais e financeiros da pandemia influenciam a qualidade de vida infantojuvenil mesmo nos países mais ricos, aponta Gunilla Olsson, diretora do escritório de pesquisa da ONU em Florença, na Itália.

“Mesmo os países mais desenvolvidos do mundo, que têm os recursos de que precisam para proporcionar boas infâncias para todos, têm crianças que são deixadas para trás”, apontou.

Sem auxílio, o impacto será devastador, disse Gunilla. “As consequências serão muito grandes ao bem-estar das crianças de hoje, de suas famílias e de suas sociedades.” De acordo com a pesquisa, os países com o maior índice de satisfação infantil são Holanda, Dinamarca e Noruega.

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