Depois iniciar pesquisas para produzir suas próprias vacinas, a Indonésia pressiona os laboratórios para que a imunização à Covid-19 esteja disponível já em janeiro. A informação é da agência Bloomberg.
Com uma contração econômica de 5,32% desde o início do ano – a maior em 20 anos – e mais de 4,9 milhões na pobreza extrema, o país vê a medicação como a única rota de saída da crise.
Com todos os esforços sobre as doses desde o início de julho, a estatal farmacêutica Bio Farma busca pela aprovação rápida da vacina chinesa Sinovac. A estatal quer produzir de 10 a 20 milhões de doses antes mesmo da comprovação da eficácia do medicamento.
O objetivo é que as doses sejam disponibilizadas imediatamente, disse o presidente Joko Widodo. O primeiro lote irá para os profissionais da saúde.
Muitos já se voluntariaram para testar o medicamento, como o chefe de Polícia e o governador da província de Java Ocidental, Ridwan Kamil. Sem saber se receberam um placebo ou a vacina experimental, ambos promoveram a experiência na Instagram.
“Por cinco minutos, minha mão esquerda ficou dormente e tive uma sensação de desmaio”, relatou Kamil. “Mas depois disso tudo ficou normal. Só estou um pouco sonolento e com uma fome incomum”, pontuou.
Riscos da pressa
O presidente indonésio reiterou que as medidas de distanciamento persistem até que toda população receba as vacinas. “É a única resposta para acabar com a pandemia”, disse.
Ainda assim, Widodo reconhece os riscos. “Não está claro quanto tempo a proteção de qualquer vacina vai durar”, apontou. Até o momento, a vacina não teve problemas de segurança nas Fases I e II, informou a Bio Farma.
O processo de inoculação é complexo e resultados não são obtidos imediatamente, dizem especialistas. Um exemplo é a vacina contra o vírus Ebola, que levou 13 anos para ter total eficácia.
De acordo com dados da Universidade Johns Hopkins, a Indonésia já confirmou 236,5 mil casos e 9,3 mil mortes por doenças em decorrência do novo coronavírus. O país possui o segundo maior surto do Sudeste Asiático, atrás apenas das Filipinas.