O empresário chinês Jack Ma e a gigante Alibaba entraram na mira de Beijing. O governo de Xi Jinping passou a investigar o conglomerado comercial e tecnológico por monopólio, de acordo com informação da Bloomberg divulgada nesta quarta-feira (23).
A investigação intensifica a repressão da China ao império em ascensão de Ma. No dia 9 de novembro, Beijing decretou restrições ao comércio eletrônico e finanças digitais para regulamentar comportamentos anticompetitivos no mercado chinês.
Em consequência, grandes corporações como Alibaba e Tencent viram suas ações despencarem até 5% na Bolsa de Hong Kong.
A retração ocorreu dias depois do governo chinês suspender a IPO (Oferta Pública Inicial, em inglês) do Ant Group, estimado em US$ 30 bilhões. A fintech ligada à Alibaba estava prestes a realizar o maior IPO da história.
O principal órgão antitruste da China não deu maiores detalhes sobre a investigação ao Alibaba, apesar de anunciar o início do processo. Os reguladores também devem convocar a afiliada Ant Group para verificação.
Em um comunicado na conta oficial do WeChat, a empresa afirmou que “estudará e cumprirá todos os requisitos”. A pressão sobre Ma tende a partir de um esforço mais amplo para controlar a crescente influência dos negócios digitais na China.
Pressão crescente
Os rivais Alibaba e Tencent enfrentam uma onda de pressão nunca antes vista na China que, até então, via as empresas como símbolo de prosperidade e proeza tecnológica.
O acúmulo de centenas de milhões de usuários e a crescente influência no cotidiano chinês podem ter motivado os freios ao estímulo econômico irrestrito.
No projeto de regras antimonopólio, divulgado em novembro pelo governo chinês, Beijing ganha ampla liberdade para restringir empresários já consolidados no mercado.
Desde que o IPO da Ant Group foi cancelado, a queda das ações do Alibaba já caiu 8% na Bolsa de Hong Kong. Em um comunicado, a empresa de Jack Ma anunciou que cooperará com os reguladores na investigação e que não haverá prejuízo às operações.