Quem foi Sérgio Vieira de Mello? Conheça diplomata que virou filme da Netflix

Morto em 2003, brasileiro teve história transformada em filme e é interpretado pelo conterrâneo Wagner Moura

O final do filme é conhecido: em 19 de agosto de 2003, o representante do secretário-geral das Nações Unidas no Iraque, Sérgio Vieira de Mello, morre em um ataque na sede da ONU (Organização das Nações Unidas) na capital do país, Bagdá.

O atentado matou outras 21 pessoas, mas o alvo principal era o brasileiro, segundo a Al-Qaeda, organização terrorista responsável pelo bombardeio.

Ganhou notoriedade na virada dos anos 2000, quando liderou a missão da ONU no processo de independência do Timor Leste, ocupado pela Indonésia até maio de 2002. Era cotado para substituir o então secretário-geral da ONU, Kofi Annan.

Quem é Sérgio Vieira de Mello, oficial da ONU e brasileiro, que virou filme no Netflix?
Sérgio Vieira de Mello, em foto de julho de 2002, com Kofi Annan, na sede da ONU em Nova York (Foto: UN Photo)

O caminho do carioca Sérgio até as Nações Unidas começou quando foi estudar filosofia em Paris nos anos 1960 e participou das manifestações de maio de 1968.

Aos 21 anos, no calor do movimento e de um contexto de guerra no Vietnã, liberação sexual e ações pelos direitos civis nos EUA, o jovem recém-formado em filosofia torna-se funcionário das Nações Unidas.

Missões na ONU

Vieira de Mello fez carreira em missões pelo Acnur (Agência da ONU para Refugiados), durante crises humanitárias em países como Moçambique, onde recebeu a chefia do escritório local aos 28 anos, além de Sudão, Kosovo, Bangladesh, Chipre e Camboja.

O filme “Sergio”, disponível na Netflix e com o brasileiro Wagner Moura no papel principal, dá ênfase a três momentos da vida do protagonista. O trabalho que desempenhou entre 1992 e 1993 no Camboja, a chefia da missão timorense e a derradeira visita ao Iraque.

“Sergio” (2020), disponível na plataforma de streaming (Vídeo: YouTube)

Greg Barker, diretor do filme, também dirigiu um documentário sobre Sérgio Vieira de Mello que também leva o nome do diplomata da ONU, lançado em 2009.

O documentário foi baseado no livro “Chasing the Flame: Sergio Vieira de Mello and the Fight to Save the World” (traduzido para o português para “O homem que queria salvar o mundo”, Companhia das Letras, 941 págs.), da ex-embaixadora dos EUA na ONU Samantha Power, no posto entre 2013 e 2017.

Em 2003, o Acnur criou uma cátedra com o nome do funcionário morto no Iraque. Seu objetivo é auxiliar refugiados em atividades de educação, pesquisa e extensão acadêmica.

No Brasil

Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino. Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos. Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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