Ativistas de Hong Kong com cidadania dos EUA têm asilo negado no consulado

Decisão atinge cinco norte-americanos em Hong Kong; ativistas temem crescente perseguição a dissidentes

O Consulado dos EUA em Hong Kong já negou proteção a cinco ativistas e cidadãos norte-americanos, informou o jornal “The Wall Street Journal” no domingo (8).

O úlltimo foi o estudante Ansen Wong, 20. A justiça chinesa condenou o ativista sob acusação de danos criminais por supostos vandalismos durante os protestos pró-democracia, no final de 2019.

Ansen também enfrenta acusação de reunião ilegal, sentença que pode chegar a cinco anos de prisão. Segundo ele, um dos funcionários do consulado dos EUA em Hong Kong negou o refúgio no local e o aconselhou a procurar um advogado.

Ativistas dos EUA em Hong Kong têm asilo negado no consulado norte-americano
Consulado dos EUA em Hong Kong., em foto de novembro de 2007 (Foto: WikiCommons)

“Me informaram que diplomatas monitorariam o meu caso”, relatou o ativista. A mesma resposta foi dada aos outros quatro solicitantes de refúgio. A preocupação dos jovens é sobre uma possível acentuação nas perseguições da polícia chinesa sobre dissidentes.

Na controversa lei de segurança nacional, promulgada em 30 de junho por Xi Jinping, quem optar pela defesa pública de princípios da democracia liberal pode ser proibido de entrar no território. Já a pena pode chegar a um ano de prisão.

Apoio restrito

A situação ilustra as limitações do apoio dos EUA aos cidadãos que permanecem em Hong Kong. A ex-colônia britânica voltou à China em 1997.

De acordo com a especialista em China do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais de Washington, Jude Blanchette, a concessão de asilo no consulado de Hong Kong poderia desgastar ainda mais as relações entre China e EUA.

Segundo Blanchette, o primeiro aceite pode encorajar outras pessoas a buscar proteção na embaixada. A consequência poderia ser o desencadeamento de um incidente internacional maior do que as disputas já acirradas entre Beijing e Washington.

“As embaixadas e consulados dos EUA geralmente não concedem pedidos de proteção para evitar processos. As únicas exceções são em situações de dano iminente”, pontuou a especialista. O consulado dos EUA em Hong Kong não quis comentar.

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