Manifestantes estão ‘incomunicáveis’ desde prisão em Hong Kong, diz HRW

Grupo estava proibido de deixar Hong Kong; barco em que estavam foi interceptado quando saíam em direção a Taiwan

Doze manifestantes pró-democracia de Hong Kong, entre eles um menor de idade, estão desaparecidos desde que foram presos pela polícia chinesa em 23 de agosto.

O grupo não teve qualquer acesso a parentes, advogados ou médicos, denunciou a organização HRW (Human Rights Watch) na segunda (28).

Com idades entre 17 e 33 anos, o grupo estava em um barco a caminho de Taiwan quando foi interceptado pelos agentes chineses. Os manifestantes estavam proibidos de deixar a região.

A polícia de Hong Kong os acusa por incêndio criminoso, tumulto e agressão pelos protestos pró-democracia em Hong Kong. Os manifestantes estão no Centro de Detenção Yantian, em Shenzhen, no sudoeste da China.

Manifestantes em Hong Kong, em setembro de 2014 (Foto: Global Panorama/Natasia Causse)

Na controversa lei de segurança nacional, promulgada em 30 de junho por Xi Jinping, quem optar pela defesa dos princípios da democracia liberal pode ser proibido de entrar no território. A pena pode chegar a um ano de prisão.

À HRW, um porta-voz chinês acusou os manifestantes de serem “separatistas”. Se pego em flagrante, o crime de secessão pode resultar em pena de morte.

Quase 40 dias de detenção

Desde a oficialização da prisão, em 25 de agosto, não houve acusação formal aos manifestantes. A polícia chinesa não disponibilizou informações sobre o processo, disse a HRW.

Na lei da China, as autoridades podem deter cidadãos por até 37 dias antes que a procuradoria aprove a sua prisão ou libertação. Assim, o prazo máximo para uma diligência ao grupo é nesta quinta (1).

De acordo com os parentes dos detidos, cinco advogados desistiram do caso após ameaças das autoridades chinesas. Agora defensores estatais devem representar os manifestantes.

“As autoridades chinesas devem respeitar suas próprias leis e permitir que os 12 detidos de Hong Kong tenham acesso a seus parentes e advogados”, disse a pesquisadora sênior da HRW, Maya Wang.

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