A Rússia expulsou de Moscou nesta segunda (15) dois diplomatas da República Tcheca. A medida é uma resposta a Praga, que, no início do mês, expulsou dois oficiais do serviço externo russo.
Segundo a Reuters, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia informou ao embaixador tcheco que os diplomatas têm até esta quarta (17) para deixar o país.
A pasta acusa Praga de tentar, de forma deliberada, aumentar a tensão entre Rússia e República Tcheca.
Em maio, administradores da capital tcheca afirmaram ser alvos de assassinos russos. Dois funcionários da embaixada foram expulsos do país.
À época, o primeiro ministro Andrej Babis afirmou que brigas internas levaram a alegações falsas de um ataque russo contra políticos tchecos.
A relação bilateral tem se agravado devido a questões históricas, como a remoção da estátua do marechal soviético Ivan Konev. O monumento ficava em uma praça em Praga e é alvo de atrito desde 2018.
Também foi condenada pelos russos a mudança de nome da praça em frente à embaixada russa em Praga, que ganhou o nome do opositor Boris Nemtsov, morto em 2005.

Norte-americano condenado
Também nesta segunda, a Justiça russa condenou um executivo de segurança corporativa e ex-fuzileiro naval dos EUA Paul Whelan a 16 anos de prisão por espionagem. A informação é da agência de notícias Associated Press.
Whelan afirma que é inocente e que sua prisão foi armada. Ele estava em Moscou em 2018 para comparecer ao casamento de um amigo. Os EUA afirmam que o tratamento ao ex-fuzileiro na prisão foi “terrível”.
O irmão do norte-americano de 50 anos afirmou que ele só teve direito a uma ligação em 18 meses. O familiar também expressou preocupação como o coronavírus na prisão em que Whelan está detido.
O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, afirmou que o processo foi “um julgamento secreto, com provas secretas e sem subsídios apropriados para as testemunhas de defesa”.
O advogado russo do ex-fuzileiro naval apontou que as autoridades russas estudam a possibilidade da troca de Whelan por Viktor Bout, ex-comerciante de armas.
O russo teria conspirado para vender equipamentos a rebeldes colombianos, e Konstantin Yarosenko, piloto preso por suposto contrabando de cocaína para os EUA.