A economia asiática vive a primeira recessão em 60 anos, informou um relatório do Banco de Desenvolvimento da Ásia, divulgado na terça (15). Os prejuízos sociais e econômicos deixados pela pandemia da Covid-19 não eram vistos desde a década de 1960.
Em 2020, o continente registrou um crescimento de -0,7% no PIB (Produto Interno Bruto) e três quartos da economia da região apresentaram volumes negativos.
Até dezembro, o maioria dos setores asiáticos não deve esperar por um crescimento significativo, prevê o economista-chefe da instituição, Yasuyuki Sawada.
Na contramão do restante do continente, somente o leste asiático deve expandir sua economia em até 1,3%.
A região concentra a China, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Singapura, Indonésia, Malásia, Filipinas e Tailândia. Para 2021, a recuperação está estimada em até 7%, estimou o relatório.
Sub-regiões em desenvolvimento são as mais prejudicadas. As que dependem do comércio e turismo, como na região do Pacífico e ao sul da Ásia, enfrentam contrações de dois dígitos – um valor pessimista e de recuperação prolongada. As Ilhas Cook, Marshall, Palau, Samoa e Tonga devem ser as mais impactadas.
Até o final do ano, é essencial que as prioridades políticas foquem nos mais vulneráveis a fim de garantir um retorno seguro ao trabalho e ao reinício das atividades comerciais, apontou Sawada.
Expectativas para 2021
A expectativa é que a região volte a se recuperar em 2021, com um aumento estimado em 6,8% em relação a 2020. Em incentivo, o banco oferece pacotes de apoio a políticas públicas de US$ 3,6 trilhões, ou cerca de 15% do PIB (Produto Interno Bruto) regional.
A China é uma das poucas economias que não registra recessão: a estimativa é que o país crescerá 1,8% em 2020 e 7,7% em 2021. As medidas de saúde públicas bem-definidas fortaleceram a expansão, concluiu o estudo.
Na Índia, por outro lado, o PIB já contraiu 23,9% apenas no primeiro trimestre do ano fiscal – um infeliz recorde cujos impactos serão sentidos no país pelos próximos anos.
A Índia está em segundo lugar no número de infectados por Covid-19, só atrás dos EUA, com mais de cinco milhões de casos confirmados.