A maioria dos países que hoje vivem conflitos ficam na África, revela o rastreador do International Crisis Group. Atualmente, 11 nações estão em guerra – no continente, são Etiópia, Sudão, Sudão do Sul e Mali.
Também há tensão entre o Egito, Etiópia e Sudão. O impasse trilateral acontece após mais uma rodada mal sucedida de negociações sobre a Barragem da Renascença, no rio Nilo.

Na semana passada (3), o Sudão ameaçou suspender diálogo com a Etiópia por divergências quanto ao abastecimento da barragem. As negociações continuam por videoconferência nesta segunda-feira (10), informou a Angola Press.
Além das divergências com os vizinhos, a Etiópia também enfrenta disputas internas na região de Tigré, no norte do país. Houve revolta dos moradores após terem sido impedidos de realizar eleições regionais.

No Sudão do Sul, há registro de aumento da violência entre comunidades no leste do país. Dezenas de mortos foram identificados.
A implementação de um acordo local de partilha de poder estagnou. Com isso, a disputa entre o presidente Salva Kiir Mayardit e as forças do vice-presidente Riek Machar foi retomada.
No Sudão, os protestos do último dia 30, que exigiam maior influência civil, resultaram na demissão e renúncia de ministros e do chefe de polícia. Em todo o país, a violência cresce. Conflitos regionais em Darfur do Sul, no oeste, e Kordofan do Sul, na zona central, deixaram dezenas de mortos.

No Mali, conflito entre manifestantes antigoverno e forças de segurança na capital Bamako deixaram 14 pessoas mortas.
Os outros países com conflitos registrados são a República Democrática do Congo, Moçambique, Zimbábue, Nigéria, Iraque, Tunísia, Síria, Iêmen e Afeganistão. Também há embates pela região de Nagorno-Kharabakh, enclave de população etnicamente armênia no Azerbaijão.
Risco de intensificação
De acordo com o levantamento mensal, há risco de deterioração do conflito em três territórios:
Na Líbia, as medidas preparatórias do Egito em direção a uma intervenção militar direta acendem alerta.
No Iêmen, confrontos entre o governo e os houthis devem se intensificar após ataques fronteiriços do país com a Arábia Saudita, na região de Sanaa, capital iemenita.
A coalizão liderada pela Arábia Saudita lançou, em 2 de julho, uma série de ataques aéreos contra a região controlada pelo grupo político-religioso Ansas Allah.

Em Nagorno-Karabakh, o conflito entre a Armênia e o Azerbaijão em julho – a escalada mais severa desde 2016 – pode desencadear mais um período de comunicação difícil entre Yerevan e Baku.
Apaziguament
O relatório da Crisis Group também sinaliza para uma oportunidade de resolução no Afeganistão com o anúncio de cessar-fogo do Talibã.
“As perspectivas aumentaram novamente nas tão aguardadas negociações intra-afegãs a partir de agosto”, pontua o relatório.