Alemanha anuncia a morte de suposto terrorista perto de consulado de Israel

Austríaco de 18 anos, suspeito de ter se radicalizado, chegou a disparar tiros antes de ser baleado pela polícia em Munique

As forças de segurança da Alemanha anunciaram nesta quinta-feira (5) ter matado um homem suspeito de preparar um ataque terrorista. O indivíduo, que estava nas imediações do consulado de Israel em Munique, foi identificado como um cidadão austríaco de 18 anos que seguia preceitos islâmicos. As informações são da agência Reuters.

O jovem chegou a disparar tiros na região do consultado usando um arma antiga. Ele agiu na data que marca os 52 anos do ataque nos Jogos Olímpicos de Munique em 1972, quando 11 atletas israelenses foram mortos por terroristas palestinos. O premiê do estado da Baviera, Markus Soeder, admitiu que pode haver uma relação entre a data e a ação desta quinta.

Morto na troca de tiros com a polícia, o suposto extremista chegou a ser investigado pelas autoridades austríacas devido à suspeita de que havia se radicalizado. Um porta-voz do Ministério do Interior da Áustria afirmou que ele possivelmente se filiou a um grupo extremista, embora não tenha citado o nome da organização.

Polícia alemã em ação em Hamburgo, dezembro de 2016 (Foto: Christoph Scholz/Flickr)

Já as autoridades alemãs disseram ter iniciado uma investigação para apurar a motivação e confirmar se o alvo do homem era mesmo o consulado israelense. O prédio que abriga a diplomacia de Israel na cidade, porém, estava fechado justamente em razão da data, em memória às vítimas do ataque de 1972.

“Vou dizer isso muito claramente: antissemitismo e islamismo não têm lugar aqui”, disse em suas redes sociais o chanceler alemão Olaf Scholz. “A proteção das instalações israelenses tem prioridade máxima”, acrescentou a ministra do Interior alemã Nancy Faeser.

EUA e Europa em alerta

O episódio de Munique ocorre em um momento de crescente preocupação dos países europeus e dos EUA com o terrorismo islâmico. A Alemanha foi palco de uma ação mortífera no dia 23 de agosto, quando três pessoas foram mortas a faca durante um festival de rua para celebrar os 650 anos da cidade de Solingen.

O autor daquele atentado foi identificado como Issa Al H., cidadão sírio que teria entrado no país sob um pedido de asilo que foi negado. Ele deveria ter sido deportado, mas conseguiu permanecer.

As forças de segurança alemãs relataram “as convicções islâmicas radicais” do acusado como motivação, enquanto o grupo extremista reivindicou o ataque dizendo se tratar de uma “vingança pelos muçulmanos na Palestina e em outros lugares”.

Antes daquele atentado, a Alemanha aparecia entre cinco nações europeias que haviam conseguido impedir atentados recentes, de acordo com o site independente russo Important Stories. As outras são Áustria, EspanhaFrança e Holanda.

Em julho de 2023, uma operação conjunta realizada pelas polícias alemã e holandesa levou à prisão de terroristas que diziam servir ao Estado Islâmico-Khorasan (EI-K), braço afegão da organização terrorista homônima.

Os detidos já haviam feito o reconhecimento dos locais onde realizariam os ataques e foram presos quando tentavam obter as armas de que necessitavam. Eles entraram na União Europeia (UE) através da Polônia, fazendo-se passar por refugiados de guerra.

Em dezembro do ano passado, outra operação conjunta, esta realizada pelas polícias espanhola, austríaca e alemã, prendeu suspeitos de planejar ataques contra igrejas e outros estabelecimentos católicos nos três países. 

O EI-K foi responsável pelo ataque mais impactante ocorrido na Europa recentemente. Quatro seguidores do grupo invadiram a casa de espetáculos Crocus City Hall em Moscou, na Rússia, no dia 22 de março, dispararam rifles automáticos e atearam fogo ao local, deixando 145 mortos.

Em entrevista à rede Fox News em abril, o general aposentado Frank McKenzie, ex-chefe do Comando Central (Centcom) das Forças Armadas norte-americanas, afirmou que a ameaça do EI “está crescendo”, e as forças de segurança deveriam esperar ações “contra o Estados Unidos, bem como contra os nossos parceiros e outras nações no exterior”.

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