Amigo de infância afirma ser dono de mansão de US$ 1,3 bi suspeita de pertencer a Putin

Arkady Rotenberg alega ser proprietário de mansão luxuosa no Mar Negro estimada em US$ 1,35 bilhão

Insider do Kremlin, o bilionário Arkady Rotenberg afirma ser o dono da luxuosa mansão no Mar Negro, estimada em US$ 1,3 bilhão (R$ 6,8 bilhões), cuja propriedade é atribuída a seu amigo de infância Vladimir Putin.

Na gravação, veiculada no canal do Telegram “Mash” em 30 de janeiro, Rotenberg diz que se tornou “beneficiário” do palácio de Gelendzhik, que seria de Putin, disse a Radio Free Europe.

“Não tem mais segredo, eu sou o dono. Era um objeto complexo, havia muitos credores”, relata. “Mas consegui me tornar o beneficiário. É uma dádiva de Deus, o lugar é lindo”.

Uma investigação da Fundação Anticorrupção da Rússia, fundada pelo opositor de Putin Alexei Navalny, aponta que a mansão pertencia ou havia sido construída para uso exclusivo do presidente russo.

Amigo de infância afirma ser dono de mansão de US$ 1,3 bi suspeita de pertencer a Putin
O ‘Palácio de Putin’, no Mar Negro, visto do alto em imagens feitas por drone em janeiro de 2021 (Foto: Reprodução/Fundação Anticorrupção da Rússia)

Construído entre 2005 e 2010, o palácio tem 17,6 mil metros quadrados. O local conta com uma igreja, uma estufa de 2,5 mil metros quadrados, um anfiteatro e vários edifícios residenciais.

Também há um “túnel” para acesso privativo à praia. Com centenas de cômodos, os hóspedes têm uma série de salas de cinema, saguão com bar, cassinos e piscinas à disposição.

No vídeo, Rotenberg afirma que adquiriu o local “há vários anos”. Ele não forneceu evidências sobre a posse do castelo. O oligarca, que figura entre os mais ricos da Rússia, disse ainda que pretende transformá-lo em um hotel.

“Há um grande número de quartos”, justificou Rotenberg. “Entendo que é uma construção um tanto quanto escandalosa, mas guardem a minha palavra: vai demorar um ano ou dois e eu vou convidá-los para o meu hotel”, disse, ao acusar a imprensa de ilação.

Histórico de escândalos

Rotenberg está sob sanção dos EUA e da União Europeia por seu envolvimento na anexação ilegal da Crimeia, península na Ucrânia tomada de forma unilateral por Moscou em 2014.

Uma nova investigação, divulgada em setembro do ano passado, aponta movimentações de US$ 60 milhões do oligarca no banco europeu Barclays, entre 2012 e 2016. A descoberta faz parte de um escândalo de operações ilícitas em instituições financeiras globais.

Em 2010, o empresário russo Sergei Kolesnikov fugiu da Rússia após publicar uma carta aberta ao então presidente, Dmitry Medvedev, na qual revelava a construção da luxuosa mansão encomendada pelo à época primeiro-ministro Putin no Mar Negro.

No documento, o empresário afirmou que a obra havia sido financiada com US$ 1 bilhão de fundos desviados ilegalmente.

Até a década de 1990, Rotenberg era um empresário desconhecido. Com a ascensão de seu amigo ao poder, tornou-se bilionário de fama por toda a Rússia. Sua empreiteira foi irrigada com contratos com o Kremlin e com estatais e cresceu de forma exponencial desde então.

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